Quanto Mais Quente Melhor 1

Essa semana estamos estreando algumas colunas novas aqui no Matinê, e uma delas é a Sessão P&B. Com o intuito de trazer um conteúdo com filmes mais antigos nós queremos que vocês – leitores do blog – conheçam mais filmes interessantes que façam parte da história do cinema, mas que sejam em preto em branco, óbvio. E para começar com chave de ouro trouxe para vocês um longa-metragem lançado no ano de 1959, particularmente esse é um dos filmes que me fez amar ainda mais o cinema, Quanto Mais Quente Melhor.

Antes de falar sobre o filme quero dizer porque tenho uma paixão a parte por filmes antigos, especialmente os p&b. No cinema atual a dependência por efeitos visuais de qualidade e das cores é um grande atrativo para despertar o desejo do público, ou simplesmente encher os olhos das pessoas com efeitos maravilhosos, uma fotografia exuberante que ressalta um certo tom de acordo com o enredo que é desenvolvido. Mas antigamente quando os filmes não tinham cores, como as produtoras fariam para despertar o interesse do público para assistir aos seus filmes? Tudo bem que aantes as pessoas não tinham um acesso enorme aos cinemas como temos hoje, e a maioria que frequentava era a burguesia. O que, na minha opinião, faria as pessoas irem até os cinemas são duas coisas principais para um filme: uma boa história e bons atores.

Para justificar muito bem os dois fatores que falei acima resolvi assistir – mais uma vez – um clássico do cinema “moderno”, Quanto Mais Quente Melhor. Um filme pelo qual tenho um grande carinho, um filme no qual você assiste sem bocejar, quase sem pestanejar e o mais importante é que me divirto muito assistindo a esse longa. Bem produzido, feito com elementos singulares, com gêneros diferentes misturados por uma receita maravilhosa, em que o resultado é um banquete para os amantes do cinema.

Quanto Mais Quente Melhor traz um fotografia ótima, onde o equilíbrio das cores, o preto e o branco, está perfeitamente equilibrado. Muitas cenas, principalmente no inicio do filme, se passam a noite porque os protagonistas tocam em bares noturnos. Com isso é um pouco complicado fazer uma ambientação noturna de qualidade perfeita, mas a iluminação das filmagens está muito boa e a posição dos atores perante as luzes está super correta, o que já é uma grande ajuda para salientar a fotografia do filme.

Um fato interessante é que o longa foi lançado em 1959, mas se passa da década de 1920, mais precisamente 1929.  Essa diferença de 30 anos já angaria mais alguns pontos para uma produção, que na época, não deveria ter tantos recursos a sua disposição para ambientar uma história em muitos anos antes do que realmente estavam.

Quanto Mais Quente Melhor 3

Os diálogos são outro fator importantíssimo para a época, não poderia ter rodeios, precisariam ser dinâmicos, com a linguagem formal adequada e tom de humor, mas sem perder o galanteio masculino ao lisonjear as mulheres mais bonitas com quem conversavam. Tal fato é confirmado quando uma das maiores divas da história do cinema entra em cena, Marilyn Monroe. A loira tem uma atuação ótima, encantadora e apaixonante, isso pode até soar um pouco redundante, mas são as palavras que traduzem o que sinto ao ver ela em cena.

Como se não bastasse ter uma atuação ao seu melhor nível, Marilyn ainda cantava músicas maravilhosas, dando a honra de ouvir a sua voz charmosa e sensual com tom aveludado. É ainda mais prazeroso de ouvir um áudio que parece estar saindo de um vinil, o que torna a música mais pura a sua essência.

Fora todos esses aspectos que realçam a qualidade desse ótimo filme, ele tem uma história interessante, que ao longo do desenvolvimento da trama se torna cômica e intrigante, porque te instiga a querer saber o que vai acontecer.

Quanto Mais Quente Melhor 2

Joe e Jerry (Tony Curtis e Jack Lemmon, respectivamente) são músicos que vivem de bicos se metendo em tanta confusão que acabam presenciando o assassinado no Dia de São Valentim. O mafioso de Chicago, Spats Colombo acaba mantando seus rivais no momento em que Joe e Jerry estavam retirando um carro da garagem, para irem viajar em buscar e emprego, e acabam tendo que fugir do criminoso, que queria matá-los por ter visto o que ele fez. A solução acaba sendo simples, a dupla de músicos se fantasia de mulheres para entrar em uma banda feminina e assim conseguem escapar dos criminosos de Chicago.

Por algum tempo eles realmente conseguem fugir de Spats Colombo, mas parece que a confusão persegue a dupla, que enfrenta divertidas aventuras em sua viajem, se me tem em encrencas, se apaixonam, entre muitas coisas legais que acontecem. Vale muito a pena dar uma conferida em Quanto Mais Quente Melhor e ver porque esse filme é um clássico do cinema. Esse foi o primeiro Sessão P&B aqui no Matinê, se você gostou do texto deixe sua opinião, ou sua crítica, nos nossos comentários aqui no blog ou na nossa página no Facebook.

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Sou jornalista, fundador e editor da Matinê Cine&TV. Escrevo sobre cinema e séries desde 2014. No jornalismo tenho apreço pelo cultural e literário, além de estudar e trabalhar com podcasts. Além dos filmes e séries, também gosto de sociedade e direitos humanos.