Supergirl and The Flash

Na última segunda-feira (28/03) aconteceu o tão esperado crossover de The Flash e Supergirl, onde o Velocista Escarlate participou do 18º episódio de Supergirl, “Worlds Finest“, e o Matinê assim como todo mundo assistiu ao ótimo episódio e resolvemos falar um pouco da importância do acontecimento.

O nome do episódio faz uma referência a clássica HQ da DC Comics ‘World’s Finest Comics’ que teve 323 publicações. Essa humilde lembrança que fizeram ao título publicado de 1941 à 1986 é cabível porque os protagonistas da revista eram Batman e Superman, onde não era apresentada apenas uma história conjunta dos dois heróis, mas sim uma relação de respeito, amizade e admiração (fato que anos depois foi questionado por Frank Miller e John Byrne, que não concordavam com a ideia).

Com a informação a cima quero que todos entendam a importância desse crossover para a televisão norte-americana e para a história dos dois heróis. Dessa vez não foi um episódio em que duas séries da mesma emissora tiveram personagens participando e compartilhando um arco especial em que um precisa do outro para resolver tal problema. Foi diferente, duas séries de emissoras diferentes, onde a proposta foi muito bem implantada em um episódio que juntou duas séries muito parecidas em seu formato dinâmico e seu clima mais leve, que sabe se tornar maduro em frente a grandes ameaças.

Mas ao pensar nessa participação como Flash seria inserido no episódio? Ao começar assistir fiquei pensando diretamente nisso e não sabia o que esperar quanto ao surgimento do novo herói em National City. Me surpreendi com a inteligência de como aconteceu, pois Supergirl não abriu mão de seus plots atuais e continuou trabalhando a história de Siobhan.

Supergirl Crossover - Banshee Preateada
Imagem: SpoilerTV

A ex-colega de trabalho de Kara começou a ter um ódio mortal pela protagonista, que em um dia ruim arruinou a carreira e o futuro da nova vilã. O ponto que deveria ser desenvolvido melhor foi o próprio desenrolar dessa história que tinha tudo para ser interessante porque Siobhan não era uma alienígena. A personagem é descendente de uma linhagem familiar que foi amaldiçoada por uma Banshee, na verdade uma bruxa. Era realmente uma boa história a ser contada e aproveitada porque nas HQ da DC Comics a Banshee Prateada tem uma história de origem muito rica, tanto que é convidada por Lex Luthor para participar da Sociedade Secreta dos Super-Vilões, foi uma pena o episódio ser um pouco corrido em relação a isso.

O único fator que atrapalhou um pouco esse desenvolvimento foi a necessidade de mostrar em todos os momentos o ciúme bobo de James Olsen. Fora isso o episódio foi ótimo, mesmo! A introdução do Flash através da teoria do multiverso foi genial, primeiro porque são emissoras diferentes e isso causou uma divisão de polos na origem do crossover e nada melhor do que resolver isso usando o multiverso; segundo que Supergirl foi apresentada a um novo mundo, as Terras paralelas, outras dimensões e linhas temporais que acabam por enriquecer o conteúdo da série e futuramente podem trazer arcos interessantes para o seriado.

Além da importância citada a cima, Supergirl necessitava de atenção como heroína, para o próprio crescimento dela. O papel que Barry Allen desempenhou sendo quase que um mentor para Kara deveria ter sido do Hank,o  Ajax, mas o próprio personagem se baniu desse papel, talvez de forma involuntária, mas é a verdade. Por tudo que conhecemos do Ajax em HQs e animações sabemos que ele pode ser muito mais do que está sendo.

Imagem: SpoilerTV
Imagem: SpoilerTV

Anteriormente falei que as duas séries tem um formato bem parecido, devido sua leveza, e tal fato teve 100% de contribuição na química entre os dois heróis, os dois personagens e os dois atores, Grant Gustin e Melissa Benoist. A forma que ambos foram se entendendo ao longo do episódio foi perfeita, principalmente porque a personalidade de Barry e de Kara são muito similares, quase iguais, o que muda é ele ser homem e ela mulher. A diferença é que durante o apoio que o Flash estava dando para Supergirl era notável a diferença de maturidade que um tinha, se comparado com o outro. Quando a dupla saiu para o primeiro combate contra as vilãs nós pudemos perceber que em Supergirl não existe um plano e em The Flash é sempre necessário montar uma estratégia para combater os inimigos. Isso acaba se tornando quase que um paradoxo porque a força bruta de Kara se reflete em não ter uma estratégia porque as dificuldades são superadas na força, literalmente. Por outro lado, apesar da velocidade, Flash usa as fraquezas dos inimigos a favor de sua própria velocidade para saber o que é preciso fazer para vencer o adversário.

Fora as aquisições conceituais que irão agregar mais nas histórias de Supergirl, foi importante ver ela resolvendo alguns de seus problemas. Digo isso em relação a cena em que ela se joga na frente da descarga elétrica impedindo que atingisse o helicóptero e mostrando que está disposta a dar a vida por National City, e o desenrolar da cena foi digno da atitude da heroína.

O crossover abre novas oportunidades para a televisão norte-americana e expande ainda mais o Universo Televisivo da DC Comics mostrando o poder do multiverso. O episódio foi ótimo mesmo, poucos pontos me deixaram incomodado durante a trama, mas nada comprometedor. E para fazer desse evento ainda melhor tivemos boas doses de humor quando os personagens se conheceram e quando Cat Grant fez a piadinha com a CW.

Esperamos que isso aconteça mais vezes, CBS e The CW estão de parabéns pela iniciativa e pela maneira que conduziram o evento.