Imagem : Banco de Séries
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De longe é notável que a intenção de trocar os showrunners para o segundo ano e intitular os episódios com nome de filmes famosos é uma atitude maravilhosa. Tais atitudes se devem com duas intenções: primeiro melhorar a série; segundo, trazer um fanservice ainda mais pop do que vimos na primeira temporada. O problema é que nenhum dos dois deu certo até agora. Psycho chega de um jeito muito simples e sútil, um episódio literal de mais que não soube explorar de forma mais corajosa os fatos que estavam se desenvolvendo.

As referências a um dos maiores clássicos da década de 1960 (um dos melhores que já assisti) foi muito clara e simplória. O episódio se mostrou brincando com o psicológico dos personagens, provocando alucinações e perdendo alguns pontos positivos da estreia.

Sinto em dizer que todos os elogios em relação a Audrey ser o novo centro da história acabaram por aqui, pelo menos até agora. Emma voltou a ser o centro das atenções, mesmo sendo um ponto positivo ainda deixou a desejar, porque a única função que teve foi a de cumprir algumas referências a Norman Bates, e a relação psicótica com Norma. Nada disso foi intensificado, os problemas “mentais” de Emma devido ao alto nível de estresse, pós Piper Shaw, foi o ponto a ser superado.

A força que a protagonista tentou demonstrar na premiere foi completamente desmentida e a sua vulnerabilidade esteve evidente o tempo todo. Foi um pouco cansativo de mais ver tanto blá blá blá para ter um conclusão previsível quanto a esse lado da história, que se fez pouco interessante. Ainda mais que tivemos todo um mistério quanto ao carro que estava stakeando ela durante o episódio, mas sabe aquela ducha de água fria? A resolução desse plot foi isso, era algo que poderia e devia ser muito melhor.

A parte que foi realmente interessante durante o episódio foi o desenvolvimento da Brooke em busca de Jake, que foi trabalhado de um jeito que não me agradou, e a continuação, em menor escala, do plot da Audrey e a sua possível dupla personalidade.

Noah mudou muito de um ano para o outro, agora com sua atenção completamente voltada para ao podcast, ele assume o papel do jornalismo investigativo, que até agora está indo bem, mas convenhamos que ele estava melhor como o virgem nerd que fazia altas referências na temporada passada. Aproveitando a deixa, porque os novos personagens de Scream se fazem tão desnecessários? Até agora Zoe é um completo desperdício, pois não teve nenhuma importância antes e porque deveria ter agora? O filho do xerife só está ali para forçar uma impressão suspeita, ou talvez ele seja uma versão do Noah que pode estar investigando cada um dos 6 seis de Lakewood para saber se o assassino está entre eles, ou o cúmplice no caso. O primo e a tia de Kieran que apareceram não passam de aproveitadores, o primo chegou cheio de suspense para acrescentar uma dúvida bem desnecessária para a altura da temporada.

Imagem: Banco de Séries
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Brooke ficou o episódio todo como um patinho procurando a mãe, não havia necessidade de receber uma mensagem, que forçadamente acreditamos ser do filho do xerife, na hora em que iria reportar o sumiço de Jake. Mais uma vez vi a cena dela toda produzida e sendo deixada sozinha, assim como foi com o Sr. Brenson na primeira temporada. Me desculpem, mas como estou um pouco decepcionado com o episódio digo que foi um desperdício de plot (mais um, no caso). Coitada da Brooke.

O Ghostface até o momento é a grande decepção, apareceu apenas mandando umas mensagens, o que é desanimador se tratando de um vilão que foi ótimo na primeira temporada e vem decepcionado (a mim) nesses dois episódios. É só comparar os fillers de Emma com a realidade, simples, não? Saudades de Piper.

O que está realmente bom e sendo muito interessante é o plot da bicuriosa que está dando uma de falsiane. Nesse episódio o seu plot foi inspirado no transtorno de personalidade de Psicose, se no episódio anterior a amiga fez a vítima, agora ela mostrou que tem algo a esconder. Na referência clara, e simplória, ao Motel Bates, Audrey fez de tudo para afastar Noah de uma possível grande revelação, já que o projeto de gerente Norman Bates (na versão Bates Motel) estava quase dando com a língua nos dentes. Por fim ela encerra achando o corpo do Jake e aí está algo que não me agradou. Cá entre nós, a Brooke merecia ao menos esse destaque, de encontrar o corpo do menino, seria perfeito já que o episódio se propôs a mexer no psicológico dos seus personagens. Então porque não ter um grande abalo como esse?

Scream tem um material bom nas mãos, mas obviamente não está sabendo usar. Os conceitos dos roteiristas estão muito equivocados nessa temporada, pois a preocupação em demasia com o fanservice aos fãs da cultura pop do terror está deixando que a história principal perca a qualidade e o potencial dos personagens acaba sendo afetado também. Espero muito mais dessa temporada, nenhum dos dois episódios superou minhas expectativas, pois não é tão fácil assim carregar esses nomes nos episódio, você tem que ter algo bom em mente para sustentá-los.

 

Nota do autor para o episódio:

[yasr_overall_rating size=”medium”]

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Sou jornalista, fundador e editor da Matinê Cine&TV. Escrevo sobre cinema e séries desde 2014. No jornalismo tenho apreço pelo cultural e literário, além de estudar e trabalhar com podcasts. Além dos filmes e séries, também gosto de sociedade e direitos humanos.