Imagem: Divulgação/ Paris Filmes
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Nunca fui um dos grandes fãs de James Dean, mas sempre soube quem ele era. Imaginei que veria um filme ótimo sobre um ícone cult do cinema mundial, mas infelizmente me decepcionei e muito com o longa. Ainda reflito se o “Retrato de James Dean“, era apenas para as fotos ou uma nova forma de retratar o ator.

Fato é que a história não tem ritmo nenhum, na verdade ela tem (desculpem o equivoco). O ritmo da história é o dia-a-dia de caminhar pelas ruas, fazer o que quiser, fumar cigarro, ser um cretino e nada mais. James Dean era pura rebeldia, e o sotaque que tentaram colocar em Dane DeHaam ficou horrível. Na maioria de suas falas se você não prestar atenção não vai entender o que o ator está falando. Um inglês arrastado, mal pronunciado, falando com extrema preguiça e lerdeza, não acredito que Dean falasse de tal forma, mas tudo bem.

Para mim que não conheço a história completa do ator fico decepcionado com o que exploraram no filme. Apesar de ter uma morte prematura, com certeza haviam história maiores de se contar, do que retratar o ator antes de laçar seu primeiro sucesso. A forma como mostraram James Dean fugindo das obrigações de divulgação do filme e indo com o amigo, Dennis Stock, para a fazendo da família ficou bem precária, pois parecia que ele era super de boas e fazia o que queria, quando queria.

Imagem: Divulgação/ Paris Filmes
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Alguns fatores que compuseram o desenvolvimento da história são bem interessantes, como mostrar os bastidores do relacionamento do ator com o agente e a distribuidora. Muito já imaginei quanto isso, e finalmente pude ter a prova que sempre quis. Quando via um filme ruim e os atores sempre davam a declaração “Nossa, foi maravilhoso trabalhar com fulano, o filme está sensacional”, ficava imaginando quanto eles recebiam para dizer isso. Em Life já podemos ter uma boa noção de quem é quem nos bastidores, e achei esse retrato bem interessante.

Robert Pattinson pode se aposentar, ele tentou interpretar Dennis Stock, fotografo responsável por uma das fotos mais famosas de James Dean. A atuação do ex-vampiro brilhoso é horrível, sem expressão, sem relevância, talvez o cachê estivesse muito baixo. Acredito que não é essa a questão, já que nunca vi um filme bom do rapaz. Mas é realmente sofrível ver Robert como Dennis, ainda mais porque o personagem busca uma independência no seu trabalho. Quando consegue chegar ao patamar que objetivou, prefere fotografar bares, músicos, shows… chega a ser decepcionante ele tentar crescer o filme todo e quando consegue prefere fazer esse tipo de trabalho, que comparado ao que estava fazendo é de menor relevância.

Imagem: Divulgação/ Paris Filmes
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O melhor do filme foram as poucas aparições de Ben Kingsley, interpretando Jack Warner. Ele trouxe um humor negro e um ar dramático muito bom para o enredo. O problema é que tudo de bom que ele trazia em suas cenas eram destruídos pelas atitudes de Dean ao decorrer da história. Outra cena muito legal e de extrema irrelevância para o filme foi Dennis Stock vomitando no próprio filho, na hora foi cômico, mas triste por um ator ter um destaque por uma cena como esta, e não pela atuação. Aliás até mesmo como fotógrafo ele foi ruim, pois os momentos em que ele tirava fotos emblemáticas ficaram bem forçados, fora o desperdício de oportunidades para fotografar James Dean.

Como biografia era melhor ter visto um documentário sobre o ator (ou o filme do pelé), é um filme com potencial, mas em primeiro lugar seria bom rever alguns pontos; como a história a ser contada; e principalmente o elenco. Muitos conflitos mais relevantes da vida de James Dean renderiam um filme melhor e mais interessante. O resultado é uma história quase sem rumo, arrastada com atores e atuações ruins e pouquíssimos elementos que deram certo.