Imagem: Arquivo Pessoal/ Matheus Machado
Imagem: Arquivo Pessoal/ Matheus Machado
Imagem: Arquivo Pessoal/ Matheus Machado

Finalmente um episódio decente. Desculpem o desabafo, ou o termo ofensivo, mas até o momento – nessa temporada – nenhum episódio foi tão bom e tão inteligente como este. Eu estava condenando a torto e direito essa questão de cada episódio fazer referência a um filme de terror/suspense, mas dessa vez levei um tapa bem dado no meio da “cara“.

Entrando em ritmo de fim de temporada, “The Orphanage” (O Orfanato), era o episódio que precisava redefinir o rumo dos acontecimentos da trama e dar a guinada necessária para o rumo que deve ser traçado até a season finale. Agora faltam apenas dois episódios, para chegarmos ao décimo segundo (When a Stranger Calls, AKA: Quando Um Estranho Cama). Em ‘The Orphanage‘ os acontecimentos vieram a calhar, pois a maioria estava fazendo falta. A investigação, por parte do grupo, veio a tona, finalmente, com Emma e Kieran indo na casa de Lang em busca de respostas, e ainda bem que encontraram. Em meio a zorra por causa de Audrey, Noah descobre como o assassino enviou o áudio para a Emma. E o resto, vocês já viram.

Fato é que este episódio foi muito inteligente, teve boas sacadas para desenvolver a história, e finalmente deu o avanço que Scream precisava há muito, muito, muito tempo. Essa investigação, com eles indo realmente a campo para buscar respostas e obtendo bons resultados, era algo que estávamos esperando, mas agora aconteceu, e a pista de que Hayley conhecia o assassino foi uma ótima sacada.

Imagem: Banco de Séries
Imagem: Banco de Séries

Incrível como quase tudo deu certo nesse episódio, mas vou deixar a parte ruim para o final da matéria. Quando o Orfanato foi inserido na trama do episódio achei realmente sensacional, ainda mais o fato de Lang e Piper se conhecerem pelo tal Orfanato, e a possessão de Lang com Emma ter finalmente a sua explicação. Sabe, é esse tipo de acontecimento que eu vinha cobrando nas minhas crítica, são detalhes super pequenos, que fazem grande sentido na história e que poderiam ser antecipados, para tornar a trama, em um contexto geral, ainda mais atrativa.

Pela primeira vez na temporada os roteiristas tiveram a preocupação de explicar certos acontecimentos, que até o momento vinham em vão. Digo isso em relação ao vimos a respeito de Zoe, que se fazia totalmente desnecessária, até o momento, mas que ganhou um bom envolvimento com a trama nesse episódio, graças a outra coisinha bem básica que eu vinha pedindo há horas: a união do grupo. Tudo bem, que isso não aconteceu por completo, mas já foi um grande começo.

A respeito da união ainda faltam alguns paços para serem dados, pois Brooke faz parte do grupo e ela estar com um arco separada não está bom. Sinceramente os acontecimento desse episódio reforçam algo que eu penso, e falo em minhas críticas. Esse plot da morte do Jake foi um dos primeiros acontecimentos importantes da temporada, e poderia ter sido desencadeado desde o começo também, e de alguma forma levaria o grupo ao plot da Lang, e aí assim descobririam que o assassino está atrás de Emma e Audrey por causa de Piper. Seria muito mais organizado, mais intenso, pois teríamos o grupo todo unido como deveria ser.

Apesar de tantos pontos positivos, algumas peças não se encaixaram tão bem. Adoro o Noah, ele é realmente um bom personagem, que faz os arcos funcionarem bem, mas na cena dele com Zoe, Emma e Kieran onde ele faz um analogia entre a situação e um filme de terror antigo e a fala Zoe completa dizendo que o final foi uma pegadinha, foi igual a uma ducha de água fria, que estragou o climax do episódio. Dizer aquilo foi a mesma coisa que falar “calma pessoal, o Noah não vai morrer, é só uma pegadinha com vocês“. Entendem? Isso realmente não pegou bem.

Imagem: Banco de Séries
Imagem: Banco de Séries

Graças as minhas preces o Ghostface matou alguém do jeito que deveria, fazendo assim a trama andar de uma vez. Foi a melhor cena do episódio ver ele dando aquelas facadas insanas na Hayley, facadas essas que só um verdadeiro Ghostface seria capaz de fazer. Foi um momento bem goer, e que eu sentia falta em Scream. A série pode querer elevar o suspense, o mistério, mostrar a relação dos personagens, por ser um drama teen, mas não pode se esquecer da sua origem, não pode deixar de respeitar o legado que uma das franquias mais famosas da história do cinema deixou. Isso deve ser respeitado, por mais que todo o episódio faça referência a um filme de terror diferente, os roteiristas não podem deixar que referenciar a sua obra mãe, a sua obra original, pois sem ela, Scream nem existiria (ou sim, mas sem o mesmo prestigio).

Gostei do episódio, espero, realmente, que a reta final dessa temporada siga essa mesma linha, elevando a intensidade da história ao máximo, fazendo com que os fatos aconteçam no tempo certo. Espero também ver a união do grupo, por completo, tanto do grupo como dos plots que estão sendo desenvolvidos. É uma pena esse desenvolvimento estar acontecendo só agora, pois essa era a hora de criar os prelúdios para o final da temporada e não de desenvolver os arcos.

Ghostface¹: infelizmente  esse Stavo é um personagem que a série ainda não aprendeu a trabalhar, tem seus bons momentos, ensaiou um arco interessante, mas o resultado é um plot bem enjoativo. Com isso acabam estragando a Brooke, que é uma personagem que funciona super bem na história, e ao lado do Noah, simboliza muito bem o esteriótipo do drama teen da TV norte-americana.

Ghostface²: Me surpreendi muito vendo o corpo da Piper no quarto do antigo Orfanato, foi uma surpresa realmente muito boa, e o significado dela também foi ótimo.

Ghostface³: Emma pode até estar desenvolvendo uma dupla personalidade, como apontam várias teorias, mas acredito que isso não venha acontecer. Não é só por causa do sonho dela, mas pensando melhor isso seria estragar a protagonista.

 

Nota do autor para o episódio:

[yasr_overall_rating size=”medium”]

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Sou jornalista, fundador e editor da Matinê Cine&TV. Escrevo sobre cinema e séries desde 2014. No jornalismo tenho apreço pelo cultural e literário, além de estudar e trabalhar com podcasts. Além dos filmes e séries, também gosto de sociedade e direitos humanos.