Imagem: Divulgação/ Universal Pictures
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A nova comédia de Dwayne Johnson (The Rock) e Kevin Hart, mistura ação e humor, (assim como o recente sucesso de crítica Dois Caras Legais), mas o resultado não foi o esperado. A todo momento o longa tentava se construir na base de outros sucessos, com pouca originalidade e muito clichê.

Imagine o melhor espião da CIA, um cara a nível Jason Bourne, Jack Bauer, entre outros nomes da ação. O personagem de Dwayne Johnson tinha tudo para fazer o filme ser ótimo, mas o problema do enjoativo Bob Stone – antes gordinho que era “bulinado” no colegial – tinha um grande problema: o cara não acertava um tiro.

Bob (Johnson) não chega a ser ruim, mas a personalidade dele incomoda bastante ao longo do filme, você não sabe se é assim, se está fingindo ou se ficou meio lesado com o passar do tempo. O que foi bacana é que mesmo mudando completamente, o visual, Bob ainda carrega o trauma do fim do ensino médio quando ainda era mais fofinho e foi jogado, nu, na frente de toda a escola. Apesar de desenvolver bem isso durante a história, a conclusão do assunto foi um tanto quanto bizarra. O personagem nunca mais ficou nu na frente de ninguém, nem naquelas horas, mas na reunião da turma de 96, Bob só precisou ficar pelado e reencontrar seu crush do colegial para superar o problema.

Imagem: Divulgação/ Universal Pictures
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A história é bem básica, e um tanto confusa, temos cenas engraçadas, mas a maioria das piadas não funciona como deveria, ainda mais por causa de Kevin Hart e sua louca tentativa de ser Ed Murphy, gritando, fazendo caretas e tudo mais. Pode até ser uma inspiração (Murphy) para ele, mas na prática parece com uma imitação, o que faz Calvin perder o carisma. Mas assim como Bob, ele carrega uma carga emocional interessante. Calvin era considerado o aluno prodígio do ensino médio, aquele que teria o melhor futuro, a vida mais bem sucedida. A realidade dele, 20 anos depois, é que se tornou apenas um  contador de uma empresa que tem um macaco inflável gigante na entrada, e como se não fosse ruim o bastante, Calvin ainda vive a sombra do seu antigo estagiário, promovido a um cargo melhor que o dele.

As cenas de ação até tem uma boa coreografia, mas muitas vezes temos soluções bem bizarras, que lembram as de Chuck Norris, mas nem podemos comparar. Fato é que a ação do longa perde a credibilidade quando o melhor espião de CIA não é capaz de acertar um tiro nos seus inimigos, e mesmo quando tem a oportunidade de mostrar que é realmente bom, a bala pega de raspão. O longa ainda tem a participação de Aaron Paul (Breaking Bad) como o agente duplo Phil, e é por causa dele que a história fica muito confusa, poderia ter uma explicação bem simples, mas acabam explicando, explicando e explicando mais ainda até dar um nó na sua cabeça. Se fosse mais simplificado, as explicações, ficaria tudo mais claro para quem assiste e para o protagonista Calvin, que passou a maior parte do filme perdido no roteiro.

Um Espião e Meio prometeu algo bom, mas a sua tentativa foi mais frustada do que o próprio ‘Férias Frustadas‘, foi quase que unir O Professor Aloprad0 (por causa da incansável tentativa de Kevin Hart em imitar Ed Murphy) com As Branquelas, que é muito melhor, tanto em ação como em comédia. Aliás, em na comédia dos irmãos Wayans, os personagens conseguem acertar os tiros.

Nota do autor para o filme:

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