Imagem: Banco de Séries
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Com um ritmo mais lento e com intenções opostas do episódio anterior, The Walking Dead trouxe-nos essa semana dois lados de duas moedas diferentes: Daryl e Dwight. O queridinho da maioria dos fãs do seriado contra o seu antagonista e o desenvolvimento de uma relação entre os dois – que parece o duelo de Rick e Negan, mas com intenções e proporções diferentes dentro no contexto da trama.

Dwight apareceu com uma nova cara no episódio – sem piadinhas. The Cell apresentou mais sobre o passado de um dos melhores capangas de Negan e adicionou bons elementos para encorpar ainda mais a história dessa 7ª temporada. Fato é que mesmo o roteiro tentando criar a base de um arco de redenção para Dwight, a verdadeira intenção foi diminuir a sua face de vilão e criar uma dúvida muito interessante quanto a guerra que está por vir: será que Dwight estará ao lado de Negan?

O personagem pareceu menos irritante sem em comparação com suas participações anteriores. Foi interessante e inesperado ver essa proposta durante este episódio porque o que estava sendo aguardado era um capítulo focado na tortura de Daryl, algo pesado e impactante. Mas verdade seja dita: em relação a essa expectativa o episódio foi bastante raso em mostrar de forma menos forte o Daryl sendo duramente torturado. É claro que não é nada legal ver uma pessoa comendo sanduíche com ração de animais, sujo, jogado dentro de um lugar inabitável, escuro e com uma música enlouquecedora, mas devido ao foco direto em Dwight o plot do Daryl perdeu a profundidade e por tanto acabou sendo raso de mais.

Outro problema que mais uma vez ficou em evidência e que vem se repetindo desde a entrada de Scott Gimple no programa, é que ao focar um único núcleo em um episódio só The Walking Dead se torna cansativa. Mesmo apresentando histórias interessantes estes episódios dispersam muito o público. Com isso existe a necessidade de ter plot twist e cliffhanger a todo custo para poder prender o público novamente e isso só vai colocando a série em um circulo vicioso e desgastante – além de que TWD corre o risco de pagar um papelão como fizeram com a suposta morte do Glenn na temporada passada.

Mesmo que o episódio tenha apresentado as dificuldades do roteiro em se manter atraente e a necessidade de renovação em The Walking Dead, ele ainda trouxe coisas boas para o seu enredo. Por exemplo, foi bacana que o episódio apresentou uma identificação de Dwight com a história de Daryl. Apesar de terem uma grande rivalidade, Dwight se mostrou muito vulnerável quando está perto de Negan. Isso deixou sua lealdade completamente duvidosa, e nitidamente rancorosa por tudo que ele passou até estar chegar onde está atualmente. Isso também abre possibilidades interessantes para o personagem e para o grande acontecimento que chegará na trama do programa. O principal deles é sobre Dwight permanecer sempre ao lado de Negan. Abrindo um espaço para teorizar, é possível que Dwight seja submisso ao Negan por saber que não tem chances de combater o vilão e estar a espera de alguém capaz de derrotá-lo (Rick). Mas pode ser também apenas raiva do passado e nada disso vai mudar a forma como o personagem age ou até mesmo a sua lealdade ao vilão.

Negan teve aparições ótimas, roubou algumas cenas e mostrou que quando ele aparece na tela da sua TV você pode esperar um show a parte. Jeffrey Dean Morgan é um dos maiores acertos no elenco de The Walking Dead e isso se confirma a cada cena em que o ator aparece.

Em si, não houveram muitos acontecimentos durante o episódio. O que teve mesmo foi um vislumbre do que está acontecendo com Daryl dentro da cede dos Salvadores – fato que não precisava de um episódio inteiro para ser contextualizado. Além disso, por pouco tempo foi estabelecida a culpa que caí sob Daryl quanto a morte de Glenn e o quanto isso ainda deve perturbar o personagem. Todos esses acontecimentos se acumularam e pesaram para Dwight também, que como já citado sente um identificação com Daryl e isso parece virar arrependimento, assim como o da sua ex-mulher.

The Walking Dead apresenta um episódio interessante e mostra o sua principal fragilidade em The Cell: dividir os núcleos individualmente por episódios e diminuindo assim o ritmo da sua narrativa. Um formato mais dinâmico, como o de Game of Thrones – que apresenta vários núcleos durante o episódio sem deixar das ligações caírem – ajudaria muito no ritmo da série. Mas como Scott Gimple, Robert Kirkman e companhia precisam preencher 16 episódios em uma única temporada, a série continuará neste formato desgastante por um bom tempo.

Avalição

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