Negan e Carl tiraram The Walking Dead de sua zona de conforto. Apesar dos dois personagens carregarem o episódio nas costas, o contexto da trama não é tão animador. Com o grupo totalmente dividido, a série se encaminha para o início de uma guerra, que só alguns personagens querem travar.

Carl vem sendo desenvolvido desde a primeira temporada, mesmo tendo pouco espaços nos anos iniciais o garoto sempre teve momentos de destaque. As situações que o personagem passou ao longo dos anos fizeram com que a criança fizesse o que fez neste episódio. Chandler Riggs terminou o seu contrato logo quando o personagem tem seu melhor momento da série, não quer dizer que ele morrerá, mas seria uma pena ver Carl indo do céu ao inferno em apenas uma temporada. É de um personagem como ele que The Walking Dead precisa para quebrar a rotina.

O sétimo episódio reforça aquilo que a temporada melhor trabalhou: o que é, quem é e o que faz Negan para as pessoas que convivem com ele ou o conhecem. A brincadeira que ele faz perguntando ao Carl :“Eles ainda estão ajoelhados, não?”, simboliza bem isso. O medo que ele administra misturado com o respeito dos seus “súditos”, é incrível, mas isso tem que ser levado para algum lugar. Contextualizar isso em todos os episódios é interessante, agrega, mas precisa ter um objetivo e até agora foi para mostrar que Negan também é badass.

O episódio foi bom, teve mais de um núcleo e apresentou de interessante apenas a relação entre Negan e Carl. A revolta de Michonne e Rosita ao tentarem fazer algo contra a situação que estão vivendo é falha no momento em que se sabe que dará errado. Um pequeno destaque vai para a cena entre Padre Gabriel e Spencer. Um personagem inútil e outro que vem crescendo e conquistando o público, sua fala foi mais do que certeira sobre o não pecador.

Poucos ganchos foram deixados para o fall finale, ou o último episódio de 2016, mas espera-se que a história avance novamente, assim como avançou neste episódio. O que aconteceu em Sing Me a Song é o que estava sendo cobrado da série. Não é preciso ter ação, explosão e mortes para construir um bom episódio, apenas uma história que cresça e que vá para algum lugar, assim como foi hoje. O foco foi contextualizar que parte do grupo está servindo ao Negan, liderados por Rick que aceitou a condição em um primeiro momento. E por outro lado, o núcleo que não cogita aceitar tal humilhação.

A partir daqui The Walking Dead irá desenvolver ainda mais essa relação entre Carl e Negan, que funcionou muito bem neste episódio. Espera-se que não percam o foco da guerra, ela precisa acontecer nessa temporada, se não deem boas vindas ao novo Governador.