Keanu Reeves está de volta ao jogo em John Wick – Um Novo Dia Para Matar, que além de manter a qualidade do longa de 2014 ainda consegue criar uma expansão para o universo em que a história é situada. Sendo assim, não há como falar de máfia sem homenagear ou citar os italianos, e pensando nisso, não havia uma proposta melhor do que trocar os russos pela máfia original. Apesar de não acertar em cheio na história, John Wick – Um Novo Dia Para Matar ainda se mantém como um bom filme de ação.

Começando com uma breve ligação com o filme anterior, e reatando o conflito com os russos, John Wick abre o longa com mais uma ótima sequência de ação, seguindo os padrões estéticos de De Volta ao Jogo. A cena tem o intuito de resgatar o carro que ainda estava sob domínio dos russos, fora isso, não foi importante para a trama central.

Reciclando as boas relações construídas no filme anterior, Um Novo Dia Para Matar ainda traz personagens interessantes, mas em sua maioria os coadjuvantes e antagonistas tornam-se mais descartáveis a cada aparição – vide Laurence Fishburne e sua tentativa de fazer um Negan (de The Walking Dead) do mundo do crime e Ruby Rose, também, com uma figura dispensável e mal utilizada.

Ao contrário do longa que o antecede, John Wick 2 traz em sua proposta uma história que precisa ser contada, do ponto de vista de Derek Kolstad (roteirista do filme), pois se tratando de máfia italiana não poderia ser diferente. Com muitos diálogos e explicações, o ritmo frenético foi trocado por doses de ação e de história, sendo assim, a narrativa se desenvolve de um forma truncada – horas avançando demais, e horas devagar.

John Wick (Keanu Reeves) é o protagonista canastrão, estilo anos 90 com o sombrio e realista do início dos anos 2000, que o cinema de ação precisava resgatar com uma roupagem um pouco mais moderna, mas sem perder o estilo “filmão” – tendo mais carisma que Jason Bourne, por exemplo. Ao bem da verdade, o personagem é um bom protagonista, até certo ponto insubstituível em seu próprio universo, mas quem assiste ao longa se importa mais com quantas pessoas ele mata – ao invés de se preocupar em saber se ele vive ou não para um novo dia.

Trazendo de volta a equipe produtiva do filme anterior (com Chad Stahelski na direção), John Wick matem as boas coreografias nas lutas, que aliás, são muito bem filmadas – assim como em De Volta Ao Jogo. Com a diferença de um roteiro, que quer a todo custo trazer uma grande história cheia de vilões e antagonistas, a estética acaba sendo mais neutra e valoriza os conceitos artísticos vistos na viajem do personagem para a Itália, alternando entre o estilo neon, que cai bem no protagonista.

Porém, agora com a existência de uma história de verdade, a continuação peca no ritmo da narrativa e em querer entupir a trama de figuras vilanescas, além de ser um filme mais pretensioso, objetivando o sucesso e uma nova continuação, para quem sabe dar um ato final ao personagem.

Em sua continuação, que sofre com problemas de roteiro e de personagens descartáveis, John Wick – Um Novo Dia Para Matar é eficiente quando se propõe a mostrar cenas de ação de qualidade e de explorar sua história da fórmula mais comum possível, ou, como qualquer filme de ação e vingança.

Avaliação

[yasr_overall_rating size=”medium”] (Bom)