Os equívocos do caça-níquel Internet – O Filme começam no seu próprio nome, pois quem vê pensa que é um filme sobre a internet, quando na verdade este é apenas co-relacionado. Para deixar a situação às claras, seria mais uma coerente o longa se chamar Web Celebridades – O Filme.

A ideia de Rafinha Bastos no roteiro não têm pé e muito menos cabeça. Inicialmente seria interessante a proposta de acompanhar um evento de youtubers de dentro, como se víssemos os bastidores de tudo o que acontece – se tratando de um documentário bem feito, é claro. Porém, não é isso que acontece. Ao invés disso, Bastos escolhe trazer piadas internas e sem sentido para o grande público – que não costuma acompanhar os respectivos canais no Youtube -, juntando-se há algumas aventuras que visam apenas “ter mais histórias para contar de mais um evento com os fãs“. Vale ressaltar, que há a tentativa de criar um besteirol adolescente com as celebridades da internet, mas nada que faça alguma diferença na prática.

Filippo Capuzzi Lapietra, o diretor, não faz diferença alguma no filme e passa em branco em termos de demonstrar alguma personalidade. Tanto que a filmagem poderia ser feita por qualquer um dos youtubers presentes do filme. Assim como a direção, a produção também passa em branco.

O elenco age como se estivesse no Big Brother Brasil, estão interpretando personagens, mas, acima de tudo, estão sendo eles mesmos. Isso não chega a ser um ponto negativo, pois se partirmos do ponto em que o roteiro não se preocupa em criar personagens originais e bem construídos, seria mais fácil não dar nome aos bois, como Mateus (Felipe Castanhari do Canal Nostalgia) e Tito (Julio Cocielo do Canal Canalha).

Em uma de suas poucas coisas interessantes, Internet – O Filme mostra a consequência da explosão da internet no Brasil e a criação desses jovens ícones que estão marcando uma geração, mas obviamente tratando isso como um assunto de menor importância. O engraçado, e totalmente contraditório, é que o longa ainda arranja tempo para se auto-criticar através de Fabi (personagem vivida por Gabi Lopes), que joga algumas “verdades” na cara dos participantes.

Internet – O Filme mostra que não precisaria existir, pois é claramente mais uma reunião da galera, só que dessa vez o vídeo está no cinemas e não no Youtube. Com momentos esquecíveis do início ao fim – exceto pela participação de uma dupla “para nossa alegria” -, o longa mostra que nem sempre o cinema nacional vive de boas ideias, e assim como Hollywood, os brasileiros gostam de aproveitar o sucesso repentino das coisas. No ano passado tivemos É Fada, este ano Internet – O Filme, mas será que precisamos de outro filme como este? A resposta é mais óbvia do que o próprio desfecho do filme.

Avaliação

[yasr_overall_rating size=”medium”] (Muito ruim)