Os Smurfs estão de volta aos cinemas, agora em um longa 100% animado. Comandado por Kelly Asbury, Os Smurfs e a Vila Perdida é uma espécie de reboot quase que desnecessário para a franquia, agora de animação. O filme dispensa totalmente a história já conhecida de Os Smurfs (2011 e também a sequência de 2013), e com isso reapresenta  o seu universo novamente – é como os filmes do Homem-Aranha, onde ninguém aguenta mais ver o Tio Ben morrendo dos cinemas.

A história mostra mais dos Smurfs, de uma forma um pouco mais ampla, mas a trama é a mais comum e previsível possível – com menos de 15 minutos de filme é possível saber todo o desdobramento da história. O interessante, por incrível que pareça, é a quase jornada do herói – que na verdade é sobre descobrimento – que Smurfette tem ao longo da história. Já que ela é a única da “grande família” que não tem uma função ou característica acoplada ao seu nome. Com isso, a pequena criatura azul se sente deslocada e parte em busca de uma aventura, afim de descobrir quem ela realmente é.

Apesar disso, Smurfs e a Vila Perdida parece muito mais a tentativa de um novo sucesso, afim de vender alguns bonecos e tirar mais dinheiro da marca que a franquia criou, do que realmente trazer algo relevante. As animações que fazem sucesso atualmente trazem um subtexto quase complexo, porém, com uma rica mensagem que consegue agradar tanto as crianças – que se importam com os personagens -, como também os adultos que conseguem extrair algo relevante daquela história. Entretanto, não há aqui algo que se possa tirar da básica jornada de uma personagem que apela clemência ao público infantil, que deve gostar do filme – já os pais, ou acompanhantes mais velhos, vão precisar se esforçar para fazer com o longa acabe rápido.

A história não é problemática, mas afim de desenvolver um universo animado para as pequenas criaturas azuis o longa não consegue apresentar o que têm de melhor. Os Smurfs mais conhecidos não sustentam totalmente o filme, pois são figuras já saturadas e pouco convenientes – se há tantas personalidades diferentes e exóticas entre o povo azul, por que não aproveitar isso apresentando novos personagens ao invés de bater na mesma tecla? Falta criatividade e ousadia para tentar coisas novas. Por outro lado, quando o povo da tal Vila Perdida é finalmente revelado, a sensação é de frescor, pois finalmente há algo novo para ser conhecido no filme. Porém, as novidades pouco são aproveitadas, quando muito exploradas.

A vilania fraca de Gargamel é, como sempre, uma é ameaça à ele mesmo, mas deve causar boas risadas no público que o filme tende a atingir, apesar disso é mais um rosto saturado e desinteressante que aparece em tela – assim como no filme de 2011, o gato atrapalhado é mais interessante e engraçado que o vilão, mas aqui isso não muda nada.

Assumidamente para o público infantil, Os Smurfs e a Vila Perdida traz uma jornada levemente interessante, mas que já foi vista de todas as formas possíveis nas animações do gênero. Sem trazer algo capaz de conquistar de verdade o público – que não se resuma apenas a fofura dos personagens, que, também, pouco encanta – a impressão que fica é apenas de mais um longa-metragem caça-níquel para atrair a criançada aos cinemas. Mas, talvez, esperar algo bonito como Kubo e as Cordas Mágicas e Zootopia, seria exigir demais de uma história inferior as animações mais fracas do ano passado – como Trolls e Pets – A Vida Secreta dos Bichos, que ainda conseguem entreter mais do que o novo Smurfs.

Avaliação

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