Divulgação/Warner Bros.

Mais um filme com o The Rock” pode ser uma frase pertinente para dizer que um dos grandes astros de Hollywood está chegando mais uma vez aos cinemas. Além disso, ela pode ser usada de forma que represente uma fadiga, expressando o cansaço do espectador insatisfeito com uma mesma fórmula de se fazer blockbuster. Ou, pode ser utilizada com entusiamo, por aqueles que associam a figura do astro a longas divertidos e leves.

Numa primeira impressão, muito rápida, parece que Rampage – Destruição Total vai nos proporcionar a segunda opção, mas ao longo da projeção e da história batida – mesmo que o filme se baseie em um antigo jogo de mesmo nome -, o longa vai se desgastando e abraçando cada vez mais uma fórmula que lhe retira toda e qualquer chance de cumprir o seu papel como “blockbuster pipoca“. No fim das contas, é mais um filme repleto de destruição, porém, até o seu valor de entretenimento é questionável.

Dwayne “The Rock” Johnson vive um especialista em primatas e começa o filme no seu melhor estilo bonachão. A primeira vista, Brad Peyton (diretor) parece que usará o ator como o The Rock descontraído e debochado de sempre – mas sem o exagero de Um Espião e Meio -, como o visto em Jumanji: Bem-vindo à Selva. No entanto, a intensão do diretor não é garantir uma aventura divertida ao seu espectador, Peyton, ao contrário disso, leva a história a sério e, apesar de só destruir cidades norte-americanas, ele encara Rampage – Destruição Total como algo de escala mundial, o que não funciona.

Um Gorila albino, um Lobo e um Crocodilo, todos modificados geneticamente por causa de uma empresa de intensões malignas, são a ameaça que The Rock precisa controlar. Até que isso aconteça, o longa reforça que somente ele a personagem de Naomie Harris, podem deter do animais. Rampage, a todo momento, relembra que a dupla é a única opção que pode dar certo, afinal, depois das mudanças genéticas esses três animais gigantescos se tornaram indestrutíveis.

Rampage entrega ação e destruição em grande quantidade, mas falha no mais importante: não envolve, não empolga, não chama a atenção do público e exagera em personagens caricatos. Jeffrey Dean Morgan, das séries Supernatural e The Walking Dead, vive um “vaqueiro” de um órgão governamental qualquer, e atua como se não tivesse saído da série de zumbi – a grande diferença é que aqui ele não perambula com um taco de basebol envolto de arame farpado. Junto com ele está a dupla de vilões, em um dos estereótipos mais recorrentes da vilania da Sessão da Tarde – mesmo que o filme tente se enquadrar em um estilo de “Tela Quente“.

Rampage – Destruição Total não traz senso de gravidade e pouco faz o espectador se importar com a urgência da história. Os efeitos especiais são honestos, contudo, os animais recebem estilos monstruosos para fugirem da realidade, dando a possibilidade cenas megalomaníacas de violência desenfreada, aproveitando-se da estética “não-humana” adotada pelo filme. Rampage, no entanto, se diferencia dos demais blockbusters em um único fator: o longa tem a consciência de se importar a população, e quando sua história chega a uma das principais cidades dos Estados Unidos ele se preocupa em “salvar” essas pessoas – mas não faz com que aqueles sentados nas poltronas se importarem com que está acontecendo.

Chegando a um ponto desgastante, Rampage não tem muito o que oferecer além de cenas de ação e um entretenimento barato pouco interessante. Brad Peyton conduz o filme no modo automático e não proporciona uma grande (ou boa) experiência ao público. No fim das contas, Rampage – Destruição Total acaba por ser mais um blockbuster de açõ esquecível.