Imagem: Banco de Séries

Sabe quando o episódio em si não é muito bom, mas ele acaba dando atenção para coisas que são simbolicamente importantes para o andar da história daqui para a frente? Esse foi East, o 15º episódio da atual temporada de The Walking Dead, que apenas preparou o terreno para a sua season finale.

O início do episódio foi bem forte, não de violência e brutalidade, mas em apreensão, expectativa e emoção. Mostrou o que obviamente seria a Carol com um cenário cheio de sangue, mas recuperou os momentos finais do episódio anterior onde vimos a personagem deixando uma carta de despedida, de novo. Aí eu já tava achando chato, “poxa de novo essa mulher vai embora”. Depois disso vem aquele baque na minha cara com ela protagonizando uma cena maravilhosa, fazendo a coitadinha mais uma vez, ou não. Essa cena que estou falando, com ela matando alguns dos Salvadores, acaba se tornando muito interessante porque ela mostra algo que não sabemos se é uma verdade ou simplesmente uma válvula de escape para ela sair de situações difíceis. Acredito realmente que seja um conflito interno dela, pelas coisas que veio passando e os arrependimentos que carrega. Outro fato, muito óbvio, é o medo que ela tem do que ela possa vir a fazer, Carol é uma pessoa que se tornou completamente destrutiva.

A opinião que tenho formada sobre o episódio é que foram atitudes burras feitas de maneira inteligente. Vocês podem até pensar que isso é contraditório e que estou em cima do muro porque ao mesmo tempo eu critico e elogio, mas essa é a verdade. Os personagens tiveram atitudes burras, mas os roteiristas e o showrunner foram muito inteligentes para deixar tudo pronto para o final da temporada, um episódio que será (com certeza) maravilhoso com todos os seus 90 minutos de duração.

Colocando as atitudes da Carol de lado vimos o Daryl fora da casinha tentando compensar por seus arrependimentos e indo atrás de Dwight, da forma mais louca possível. Antes disso quero voltar um pouco no episódio. A cena da Maggie com o Gleen tomando banho foi muito bonita pelo cuidado que um tem com o outro, a parceria, a cumplicidade, mas essa cena tem um significando diferente. Vendo os hematomas nas costas da mulher, Gleen já sabe que não é capaz de proteger ela como ele fazia antes, aliás o mundo mudou, tudo mudou. Não é mais o início de um apocalipse zumbi, isso já passou e acabou a conversa. Os suprimentos ficam cada vez mais raros e nos dias atuais pensar sobre determinados assuntos não é mais uma opção em muitos dos casos. Isso se confirma com as atitudes do Rick, que não pensa mais, ele apenas age.

Por causa do Daryl vimos que ele, Gleen, Michone e Rosita acabaram presos pelo grupo de Dwight, que provavelmente deve estar unido com o grupo do Negan, existem algumas dúvidas quanto a isso, mas vamos por esse caminho por ser o mais provável. Com isso sabemos que abri-se um leque de quatro opções para mortes na season finale, mas aí você pode questionar: mas o Negan não mata mulheres? Quanto a isso, The Walking Dead não é igual a HQ, o que é bom, quem sabe ele possa ser mais cruel ainda na TV, ou quem sabe ele vingue uma de suas mulheres que pode ter morrido. Não sei. O que sei é que Daryl levou um tiro e não morreu, AINDA, mas segundo o Dwight ele vai ficar bem, ou ele falou isso para a Rosita. O estopim irá acontecer logo nos primeiros 30 minutos da finale e a partir daí cada um vai ter que se segurar porque as coisas vão ficar muito sérias.

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Sou jornalista, fundador e editor da Matinê Cine&TV. Escrevo sobre cinema e séries desde 2014. No jornalismo tenho apreço pelo cultural e literário, além de estudar e trabalhar com podcasts. Além dos filmes e séries, também gosto de sociedade e direitos humanos.