Imagem: Banco de Séries
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“Oh, eu gostaria de estar na beira do mar. Oh, eu gostaria de estar ao lado do mar…”

Será que a vida imita a arte ou seria o contrário? Por quantas vezes não sonhamos viver naquela determinada época, ter aquele poder especial, destruir o vilão, encontrar o príncipe e o amor eterno, ser o herói… E quantas vezes não nos deparamos com heroínas e heróis anônimos que vivem com romantismo que usam a honra, a sedução, a inteligência e a coragem como poderes, que lutam contra as injustiças, preconceitos e maldades, que buscam com a mesma fé dos cavaleiros em busca do Santo Graal, o amor e o seu final feliz. Então, eu acredito que a arte seja a grande imitadora da vida.

O episódio de Outlander da semana passada terminou mostrando a dor e o sofrimento de Claire ao ver Jamie quebrar a sua promessa, o temor pela vida de Frank e pelo medo de perder a sua família. Logo no início há um flashforward (o oposto de flashback) com Claire e sua linda filha no ano de 1954 em Boston. A menininha pergunta a sua mãe que ave era aquela e Claire responde que é uma ave da Escócia. Depois a menininha pergunta quando ela foi à Escócia e Claire responde que foi há muito tempo atrás.

Através do voo dessa ave somos levados ao momento em que Claire está sendo atendida no hospital, perguntando pelo seu bebê, chamando a toda hora por Jamie, sendo confortada pela Madre Hildegarde com muito sangue, desespero e dor.

Claire acorda e percebe que está no hospital, sente que seu bebê não está mais em sua barriga, começa a chamar por ele e se desespera querendo saber onde está o seu bebê. Madre Hildegarde diz que ela precisa descansar e ficar forte para se recuperar, mas Claire continua a chamar por seu filho. Mas é aí que a religiosa diz que sente muito, mas a sua filha nasceu morta. Claire se nega a acreditar, se desespera, se descontrola, diz que quer a sua filha e que precisa dela.

Passam os dias e Claire está com muita febre. Acorda e pergunta a Madre Hildegarde sobre a sua filha, a religiosa diz que a batizou com o nome de Faith que significa  e a enterrou. O estado de saúde de Claire está tão ruim que chamam um padre para dar o sacramento da unção dos enfermos. Claire pergunta a Madre Hildegarde por Jamie e diz que precisa dele, mas a freira diz que não tem nenhuma notícia. O padre pergunta se ela gostaria de fazer uma última confissão para se limpar de qualquer pecado, ela responde que os pecados dela são tudo o que lhe restaram. Sem Jamie, sem Faith, ela fica com suas dores, seus pecados e a companhia do cãozinho Bouton.

À noite ela recebe a visita de uma figura encapuzada que ela pensa ser Jamie, mas na verdade é Mestre Raymond. Ele pede que ela faça silêncio porque se eles o encontrarem estará perdido. Mestre Raymond pergunta o que ela está vendo e Claire diz que vê asas azuis. Ele fala que azul é a cor da cura e que as asas levarão a sua dor embora. Claire sente que um calor branco a queimava dentro dos ossos e que sabia o que era, febre puerperal, porque a bebê saiu, mas parte da placenta não. Essa parte estava infectando o seu útero. Quando Mestre Raymond começou a tocar as partes do seu corpo, ela sentia como se as bactérias morressem e a infecção a deixasse. A febre deixava os seus ossos e o seu corpo machucado começava a relaxar, então Mestre Raymond pede que ela chame por ele, que é a sua força, e ela grita por Jamie.

Claire não entende o que ou como ele fez, mas Mestre Raymond a curou e salvou sua vida. Ele despede-se e a chama de MadonnaClaire diz que ela não é uma Madonna porque não tem um filho, mas Mestre Raymond diz que sempre a chamou disso, não porque ela estava grávida e sim porque todos têm uma cor própria que os envolvem como uma nuvem; e a dela, assim como a dele, é azul como se fosse o manto azul da Virgem Maria. O Mestre diz que ela estava certa sobre o rei e que precisa ir. Claire fala sobre o perigo que ele correu indo até ela, mas Mestre Raymond diz que é isso que os amigos fazem. Claire pergunta se eles voltarão a se encontrar, e ganha uma como resposta junto de um pedido de fé.

Madre Hildegarde acredita ser um milagre o que aconteceu com ela. Claire pergunta por Jamie e a madre diz que ele não pode vir porque está na Bastilha, preso por duelar e que assim ficará pelo tempo que o rei desejar. Claire descobre que Black Jack Randall está vivo, ferido gravemente, mas vivo. Então, ela percebe que se BJ está vivo, Frank também está. Claire diz a Madre Hildegarde que Jamie a traiu, que a vingança era mais importante para ele do que ela e sua filha.

Os dias passam e o corpo de Claire se recupera, mas a sua alma não. Um dia Fergus aparece com flores e pede que ela volte para casa. Ela havia perdido tudo e lá era o único lugar que poderia ir. Claire volta destruída, recebe o carinho de seus empregados e agradece a Magnus por socorrê-la e salvá-la.

A protagonista está apática, desolada, deprimida, com raiva e sentindo-se culpada. A casa é grande e com muitas lembranças como a das Colheres dos Apóstolos, que seriam o presente de batismo para a sua filha. Durante a noite, Claire ouve Fergus gritando e vai socorrê-lo, diz que é apenas um sonho e que vai passar. Mas Fergus diz que foi real porque quando ele acompanhou Jamie ao bordel para saldar a dívida do Príncipe Charles, ele entrou em um quarto e viu um vidro de perfume de lavanda, pegou para dar de presente para ela, mas o oficial inglês apareceu e… O forçou e abusou dele. Mesmo tentando ficar quieto acabou não conseguindo e Jamie o ouviu, viu o que estava acontecendo, brigou com o oficial e o desafiou para o duelo. Então, ele era o culpado e agora Jamie jamais retornaria. Claire diz que ele não tem culpa alguma, o abraça e o conforta como uma mãe que precisa do calor do seu filho. Ai meu Deus, Fergus

Claire vai até Madre Hildegarde e pede que ela consiga uma audiência particular com o rei por ela ter sido madrinha do Velho Rei SolMadre Hildegarde pergunta se ela perdoou Jamie e Claire diz que entende porque ele quebrou a promessa, afinal ele era o pai da sua filha. A religiosa a adverte que o rei pedirá um pagamento para ela por conceder o seu pedido, ou seja, que ela terá que se deitar com ele. Claire diz  que esse sacrifício será mais um item na lista do que ela perdeu em Paris.

Rei Luis recebe Claire em seus aposentos particulares e ela pede que ele liberte o seu marido, mas o rei adverte que ele infligiu um decreto real. Claire diz que Jamie foi provocado e que tem o temperamento agressivo escocês. O Rei Luis, era conhecido como o Bem Amado e a sua regra era absoluta, ele poderia libertar Jamie ou matá-lo só com uma palavra e fazer o que quisesse com ela. O rei pergunta se ele libertar Jamie, ela faria um favor a ele e Claire é claro responde que sim. O rei toca em seu rosto e diz entender porque a chamam de A Dama Branca, pois ela tem uma pele pálida e é tão bela.

Ele a leva para uma sala onde está o carrasco do rei, Monsieur Forez, e aquilo só podia significar uma coisa: que haveria morte. Entram Mestre Raymond e o Conde de St. Germain que são acusados de feitiçaria e de usar as artes das trevas. Como prova são apresentados os materiais encontrados na loja de Mestre Raymond e na casa do Conde de St. Germain. O rei diz que ele tem uma testemunha, uma juíza infalível que é A Dama Branca. Ela tem um coração puro e não pode mentir, pois pode enxergar a alma de um homem e sentir o mal que existe lá.

O rei pede que ela use os seus poderes e se ela ver o mal, então os entregará a Monsieur Forez. O Conde de St. Germain sempre foi o seu inimigo e sempre quis fazer mal para ela, mas a dama jamais gostaria de ser a responsável pela sua morte. Então, diz que vê uma sombra nos olhos do conde, que vê a imagem de homens mascarados e bem vestidos, Les Disciples. O conde diz que ela está mentindo e que é uma bruxa porque bebeu o veneno que ele deu; e mesmo assim ainda sobreviveu. Claire diz que é uma Dama Branca e que pratica a magia branca, ela diz também que há escuridão na alma do conde e vê em Mestre Raymond a escuridão normal presente na alma de todos os homens e até mesmo na dos reis porque sem a escuridão não há luz. Claire sugere um teste, dar o mesmo veneno que ela bebeu para eles e quem sobreviver poderia receber o perdão do rei. Ela espera que assim o carrasco não tenha que trabalhar.

Ela vai até os objetos apreendidos de Mestre Raymond e encontra a “erva de cáscara sagrada”, que não é um veneno. Claire coloca em uma taça e dá para o mestre beber, que usando de suas habilidades de ilusionista coloca-o e devolve a taça para Claire. Ela está usando o colar com a pedra mágica que muda de cor na presença de veneno e nessa hora a pedra muda de cor, já sabendo que o conde iria morrer. Antes de beber ele diz que a encontrará no inferno e cai morto. O rei diz que Mestre Raymond está com sorte, pede que ele parta e nunca mais volte a pisar na França.

Claire pergunta ao rei se ele atenderá ao seu pedido, mas o rei diz que antes precisa receber o seu pagamento e assim, como um “coelhinho” cobra a dívida de Claire. Diz que concederá o perdão para Jamie e também um com a Coroa Inglesa para que eles possam retornar para a Escócia.

Imagem: Divulgação/ Starz
Imagem: Divulgação/ Starz

Enfim, Jamie aparece e está arrasado, sujo, barbudo e com o peso da culpa também. A distância entre eles é enorme. Jamie tenta conversar e diz que nem soube se era um menino ou uma menina. Ele pergunta se ela vai fazer ele implorar para saber e com muita dor Claire admite ser uma menina, que Madre Hildegarde a batizou com o nome de Faith. A criança está enterrada no cemitério ao lado do convento. Jaime diz que tentou manter a promessa, e Claire sabe disso porque Fergus contou o que aconteceu. Jamie diz que ela entende porque ele quebrou o que prometeu e pergunta se ela o odeia. Claire diz que o odiou, Madre Hildegarde a deixou ver Faith para que ela não imaginasse nada. Ela era linda, tão pequena que podia segurar sua cabeça na palma da mão, a pele tinha a luz das pérolas, seus olhos estavam fechados e não tinham cílios, mas pareciam com os olhos dele; e ainda tinha um tufo de lindos cabelos na cor de cobre, tinha dez dedos nas mãos e dez nos pés, era simplesmente perfeita.

Então, ela o odiou sim. Mas sabia que tinha sido ela quem havia pedido o impossível para ele. Foi ela quem colocou Frank a frente da sua família, mas Jamie diz que Frank também faz parte da família. Claire diz que Frank não está lá e sua filha também não. A culpa não é dele, nem de BJ dessa vez, a única culpada é ela. Ainda diz que dormiu com o rei para que ele fosse solto. Jamie diz que há muito tempo ele perdoou ela, assim como ela também o perdoou. E que ela fez um sacrifício para salvá-lo como ele também deu a sua alma a BJ para salvá-la.

Claire pergunta como eles podem voltar a ser os mesmos depois disso, e Jaime diz que eles não podem. O peso do que aconteceu com eles é muito grande para carregar sozinhos e a única forma de lidar com isso é carrega-lo juntos. Eles perderam uma filha, mas que pela graça de Deus podem ter outra. Claire pede para que ele a leve para casa, que a leve para a Escócia. O “casal” termina visitando a sepultura de Faith e Jamie deixa uma das Colheres dos Apóstolos, a de Santo André, para a filha ter um pedaço da Escócia com ela. E assim, de mãos dadas e feridos, mas juntos. eles vão enfrentar a sua dor.

O que dizer deste episódio que foi triste e arrasou o meu coração? Evidentemente que foi muito triste, que fiquei arrasada e ainda choro ao escrever esta review. Claro que como fã da obra de Diana Gabaldon já sei o que acontece nos livros e estava preparada para todo esse sofrimento que viria, mas confesso que fiquei chocada. Como foi bem trabalhado e desenvolvido pela equipe de produção, por todo elenco e principalmente por Caitriona Balfe que foi fantástica, se desnudou e assumiu o papel da mãe que perde um filho, que passa pela negação da situação, pela desolação, o sofrimento de não ter mais o seu filho, pela solidão, pela raiva, pela impotência e pela culpa.

Este tema me toca profundamente e é por isso que eu digo e sei que a dor e os sentimentos que ela passava foram os mesmos que eu já senti e que muitas mulheres já sentiram. Sempre a admirei por seu trabalho, mas o episódio foi dela, ela foi diva e nos conduziu por essa viagem. 

Outlander continua a ser uma série fantástica e apaixonante, Claire é uma das mais fortes personagens na televisão e na literatura. Faith foi um episódio emotivo e destruidor, mas que mostrou que a Fé e a Esperança vivem mesmo na escuridão desde que exista amor. Faith mostrou que nem sempre as coisas são como parecem ser, que é mais fácil perdoar os outros a nos perdoar e a Fé existe e que você só precisa acreditar porque Claire nos mostrou no começo do episódio que ela era a mãe de uma linda garotinha com os cabelos de seu pai. E Claire e Jamie  sabem que superarão a tudo e a todos enquanto tiverem um ao outro.

OUT¹: Sam Heughan apareceu rapidamente, mas a sua participação foi marcante e o seu olhar mostrava toda a dor e culpa que ele sentia.

OUT²: O episódio foi muito triste, mas a cena de Fergus e Claire; e depois  de Claire cantando e embalando Faith, foram de arrebentar os corações mais duros.

OUT³: Não sentirei saudades da França dos jogos políticos, mas sentirei falta de Louise, Suzette, Madre Hildegarde, Bouton, Mestre Raymond e do terrível Conde de St. Germain, além de todo guarda-roupa de Claire.

OUT4: Um agradecimento especial a minha amiga Kelen Chacon pela frase inspiradora.

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Educadora, apaixonada por livros, séries e filmes. Gostaria muito de encontrar um portal e assim poder viajar no tempo por diversos lugares e épocas. Como ainda não achei viajo através das histórias dos vários personagens que encontro nesse universo maravilhoso e mágico de versos, rimas e letras.