Imagem: Divulgação? Diamond Films
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Imagem: Divulgação/ Diamond Films

Em tempos onde a forma como a mulher é vista e tratada perante a sociedade carrega uma grande leva de discussões, Perfeita é a Mãe! tenta, loucamente, quebrar a visão que os homens tem de que mulher (mãe) deve ser dona de casa. E mesmo que ela tenha uma vida bem sucedida, cabe a mulher ter que chegar em casa fazer o jantar, lavar a louça e tudo mais. Mas e se ela resolver não fazer mais nada e curtir a vida deixando suas “obrigações” de lado? É isso que o filme tenta discutir.

Perfeita é a Mãe! é uma péssima tradução para Bad Moms (Mães Ruins), pois a todo o momento o longa se mostra querendo falar da própria reflexão das mães, ao pensarem se são mães boas ou ruins, até que chegam a afirmar que são ruins. Então se for pela ironia, pontos para o título, mas como no meu entendimento não é, mais uma vez o AKA fica a desejar. Detalhes a parte, a história é bem resumida com o que disse no paragrafo a cima. É lógico que existem vários clichês, afinal, se não tivéssemos não daria para dizer que é uma comédia atual.

O elenco que tem nomes muito conhecidos, como Kristen Bell, Jay Hernandez, Mila Kunis, Kathryn Hahn e Jeda Pinkett Smith. Na maioria, os personagens são bem ruins, e como o filme tenta quebrar o tal esteriótipo da dona de casa, ele acaba fazendo delas um bando de patricinha mimadas, vinte anos depois de terminarem o ensino médio e de terem filhos. Fico com pena de Jeda Pinkett Smith, que é uma ótima atriz e tem uma das melhores personagens na série Gotham, da FOX, no filme ela interpreta uma mãe rica, mas sabe aquela coisa do tipo “você pode sair da vila, mas a vila não sai de você“? É o que acontece com Stacy, ela saiu do guetto, mas o guetto não saiu dela.

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Imagem: Divulgação/ Diamond Films

Faço a mesma crítica com a personagem de Kristen Bell – adoro a atriz, mas dessa vez ela foi subjugada, vemos isso só pelo papel no filme -, Kiki, a loira burra. Interessante isso, é um filme que se propõe a quebrar esteriótipos, mas igual coloca uma loira burra. Pode ser até por alivio cômico, por ser uma comédia, mas mesmo se tratando desse gênero de filme, se você tem a intenção de passar uma mensagem bonita, esse tipo de falha é imperdoável para a proposta. São esses erros, seguidos de piadas e de uma maioria de personagens óbvios e ruins que Perfeita é a Mãe! falha totalmente ao querer fazer algo grande, de compromisso, mas sem fazer o que deveria: divertir e encantar.

Com um ar totalmente pop e atual, a comédia fica muito abaixo da média, exatamente pelo excesso de compromisso ao tentar passar a mensagem que se propõe. Grande parte das cenas que deveriam ser engraçadas, são forçadas para que você tenha que rir (em algumas piadas até dá certo), é como se fosse um sitcon, quando a platéia ri você deve gargalhar também. Isso já não é muito legal, pois o roteiro não colabora para que todas essas deixas sejam mais naturais, é tudo muito forçado, estereotipado, previsível e comum.

Imagem: Divulgação? Diamond Films
Imagem: Divulgação/ Diamond Films

Como resultado a personagem mais largada da história é a mais legal e interessante o filme, para fazer jus a ela, Kiki (Kristen Bell) é a única com um arco de libertação e evolução dentro da história. Kiki tem filhos pequenos, todos muito jovens, é uma mãe que cuida exclusivamente da casa e das crianças, e ainda é totalmente oprimida pelo marido. Não falo de uma opressão de não poder sair de casa, mas até sexualmente, pois a ela não se revela contate com o sexo, ela simplesmente aceita ou já se acostumou com o “material” do marido. No filme pode ser até engraçado, mas na realidade é triste, não acham? Perfeita é a Mãe!, mesmo que de segundo plano, narra essa libertação de Kiki, ou sua redenção como a mulher que é, até que ela manda o marido pra bem longe.

Em resumo, Perfeita é a Mãe! é isso, a tentativa de quebrar um único esteriótipo e mandar uma bela mensagem, se torna um desastre, pois o excesso de compromisso causa muitas falhas ao roteiro. O que quero dizer é que a preocupação em fazer algo, relativamente, de maior expressão faz com que o filme de Jon Lucas e Scott Moore se esqueça de dar atenção a paradigmas muito simples como a própria loira burra, Kiki, a qual só tenho elogios. Como drama, no sentido de passar uma mensagem, o longa decepciona, como comédia também, pois são piadas ruins e forçadas, mesmo que se ria em algumas, mas é preciso admitir que essa é a realidade de Perfeita é a Mãe!. E para finalizar uma reflexão sobre o próprio filme: mãe ruim é aquela que cuida dos filhos, faz  café da manhã, leva na escola, faz ou ajudar a fazer os trabalho? Mãe boa é aquela que deixa tudo liberado, que deixa os filhos fazerem o que quiserem sem se importar com nada? Sinceramente: Mãe é Mãe!

 

Nota do autor para o filme:

[yasr_overall_rating size=”medium”]