Depois de uma ótima primeira temporada, Narcos não poderia deixar seus fãs na mão. Como já era esperado, a nova temporada não decepcionou, e só surpreendeu.
No primeiro ano com dez episódios, os produtores da série, inclusive o diretor brasileiro José Padilha, conseguiram retratar quase 20 anos da vida de Pablo Escobar, mostrando o narcotraficante em constante ascensão, e se tornando um dos homens mais ricos e poderosos do mundo, a ponto de construir sua própria prisão regada de luxo.
Neste ano tivemos a queda gradual de Pablo Escobar. Com a mesma quantidade de episódios e com menos material, tivemos uma temporada menos corrida, sobrando assim mais tempo para o brilhantismo de Wagner Moura se sobressair. O ator conseguiu inclusive resolver o problema que lhe causou muitas críticas no primeiro ano da série, o sotaque. Porém, agora sobram elogios à atuação de Wagner Moura, o ator entregou um Escobar com uma carga dramática impressionante, surpreendendo mais uma vez até mesmo nós brasileiros, que já conhecíamos o trabalho e dedicação que ele tem com seus personagens.
A temporada começa exatamente onde parou a anterior, mostrando o narcotraficante fugindo do cerco de sua própria prisão junto com seus capangas. Inclusive durante essa fuga tivemos uma cena bem interessante, onde Pablo bate de frente com um cerco de aproximadamente 15 policias, e Escobar com sua astúcia e experiência consegue passar ileso pelos guardas (essa cena também já havia sido liberada pela Netflix antes mesmo da estreia da 2ª temporada). Isso serviu para demonstrar o poder de Pablo Escobar na Colômbia. Durante os episódios vemos também que Escobar tenta manter seu posto de líder no Cartel de Medelín, entretanto com o encurralamento dos concorrentes e das policias colombiana e americana, Pablo tem uma queda gradual no seu império.
Enquanto ele tenta manter seu império, sua relação com a família é prejudicada, e durante essas cenas Wagner consegue mostrar um Pablo Escobar mais melancólico, mas ainda ameaçador. Outros destaques são Pedro Pascal e Boyd Holbrook, que continuam muito bem nos papéis dos agentes Peña e Murphy. Holbrook continua como narrador, sendo super importante nessa temporada. O lado documental da série ficou muito mais agradável, pois na primeira temporada servia apenas como transição de tempo, mas com episódios menos corridos isso serviu para, de fato, complementar a ficção com a realidade.
Em todos os episódios temos um misto enorme de melancolia com cenas de Pablo em família, e de ação – esse último bem regado, em praticamente todos os episódios. Wagner Moura constituiu um Escobar várias vezes carismático, em temas comuns como qualquer pessoa. Isso fez com que parte do público torcesse por um fim diferente do personagem, mesmo sabendo que ele seria inevitável. Wagner Moura, que esse ano foi indicado ao Globo de Ouro e para 2017 não há duvidas de que será novamente indicado, é que ele é capaz de levar todos os prêmios que estiver concorrendo.
A Netflix já confirmou mais duas temporadas de Narcos, ou seja, há muita história pós morte de Escobar, e quem já assistiu viu o gancho que foi deixado no fim do último episódio, não darei esse spoiler, mas com essa cena é possível fazer muitas especulações do que vem pela frente.
Avaliação
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