Imagem: Divulgação/ Universal Pictures
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12 anos após o lançamento do segundo filme da franquia, Bridget Jones no Limite da Razão (2004), chega aos cinemas o terceiro longa: O Bebê de Bridget Jones. Depois de tantos anos, e com tantas mudanças no mundo cotidiano, posso afirmar uma coisa: 2016, suas tecnologias e ideologias fizeram muito bem para Bridget e para a franquia também.

Por questões pessoais de cada um (ou até mesmo contratuais), o terceiro longa não teve a presença de Hugh Grant, que não quis fazer o novo filme – apesar de uma situação chata, para os fãs da personagem, o longa trata isso como uma sátira e brinca algumas vezes com a falta do ator de forma bastante divertida. Na verdade tiraram sarro da decisão de Grant. – e acabou sendo muito bem substituído por Patrick Dempsey. Este interpreta Jack Qwant, um milionário descobriu a “fórmula do amor” em um aplicativo capaz de achar o seu par perfeito, mas o que são números se comparados aos sentimentos verdadeiros? Uma reflexão bem interessante que o longa consegue levantar, de uma forma acintosa e sem deixar a abordagem engraçada de lado.

Depois de anos e com Mark (Colin Firth) já casado, ele se reencontra com Bridget, relembrando os sentimentos e embarcando em uma nova aventura amorosa. Bridget está mais madura (não muito, na verdade), mas não perde o seu jeito encantador, engraçado, desajeitado e destrambelhado de ser, afinal essas características fazem parte de sua essência. A personagem quarentona reflete bastante sobre o momento atual de sua vida, bem empregada como produtora de um programa de TV e economicamente estável, acaba sendo infeliz em sua vida pessoal, pois ainda assim é uma solteirona sem filho(a). É uma reflexão que bate constantemente a sua porta, principalmente pela solidão em que ela vive, em parte do tempo é claro. Mas após conhecer Jack, em um festival de música eletrônica e de relembrar bons momentos com Mark, a gravidez bate a sua porta e a grande questão passa a ser: quem é o pai do bebê? Era o mínimo de se esperar de Bridget Jones.

A comédia é uma das mais engraçadas em anos, pois foge da farofa mal temporada que estamos acostumados a assistir. Todos os anos os cinemas, do Brasil e do mundo, recebem toneladas de comédias, arrisco a dizer que toda semana temos um filme novo do gênero entrando em cartaz. É chato isso, a cada 30 filmes de comédia, no máximo 5 são realmente engraçados. Junto aos filmes de terror, o gênero cômico é o que mais sofre com filmes de baixa qualidade no meio de alguns que se salvam. As vezes aparecem exceções entre os tantos longas que tentam ser engraçados e divertidos, e essa exceção se chama O Bebê de Bridget Jones.

Imagem: Divulgação/ Universal Pictures
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Sharon Maguire (diretora dos três filmes da franquia) consegue trazer de volta a essência descoberta lá em 2001, em O Diário de Bridget Jones. Com um toque mais atual, Maguire revitaliza a franquia e faz um upgrade em Bridget, adaptando ela a vida da mulher moderna capaz de ter sua própria independência, mas sem tira a inocência e a fragilidade sentimental característicos da personagem. A diferença é que Bridget já é uma mulher mais experiente. O ponto mais positivo do longa é ser completamente natural. Comédias com piadas forçadas são iguais a nada, para mim, pois há quem goste. O Bebê de Bridget Jones flui de uma forma tranquila, não força a barra em nenhum momento, e mistura muito bem as derrapadas cotidianas de sua protagonista com a naturalidade de suas burradas – é quase redundante, mas são as verdades de Bridget. Mesmo 12 anos depois de seu último longa com este papel, Renée Zellweger – agora plastificada – volta com tudo para viver uma nova aventura em sua personagem mais marcante. É impossível não criar empatia e identificação imediata com Bridget, neste novo longa-metragem.

O filme pode ser ainda mais especial, tendo um significado maior, ao atingir mães, principalmente as recentes, por verem certas situações em que a personagem se encontra, que devem causar um certo impacto, aproximando a personagem daquelas que estão assistindo-a. Certos acontecimentos na vida de Bridget parecem ser um diálogo especial entre a personagem e as mulheres. Mesmo sendo desastrada e se metendo em alguma confusões, Jones ainda pode ser tirada como um exemplo na vida de muitas mulheres, sua representatividade e força em tela são sensacionais.

Imagem: Divulgação/ Universal Pictures
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A volta de Bridget foi muito mais divertida do que se poderia esperar, é uma comédia natural, uma história bonita, comum, cheia de clichês, sim é verdade, mas tudo funciona absolutamente bem na trama. Com situações engraçadas (Ed Sheeran que o diga), O Bebê de Bridget Jones retorna as telonas com muita qualidade e com um tom revitalizador e animador para a franquia. Na era onde remakes/continuações/reboots são feitos a torto e direito, a reciclagem de Maguire acerta nas escolhas, tanto no rumo da história, como na substituição de peças no elenco. É preciso ressaltar que os personagens secundários são ótimos, todos conseguem compor um contexto rico para a história, e a melhor amiga de Bridget, Miranda – vivida por Sarah Solemani (The Borgias) – consegue estar a altura de sua amiga e protagonista.

O Bebê de Bridget Jones é muito melhor do que se poderia imaginar, é uma comédia que ficou 12 anos respirando ares novos (ou guardada na geladeira), traz de volta uma das personagens mais queridas dos anos 2000, bem revitalizada e aparentemente mais madura (mas nem tanto assim). Sharon Maguire acertou em cheio em trazer a comédia de volta aos cinemas.

Avaliação

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