12-horas-para-sobreviver

Uma Noite de Crime (The Purge, 2013) é um ótimo suspense e thriller psicológico, eleva muito bem os níveis de tensão, mas fica devendo uma contextualização maior sobre a noite de expurgo. Uma Noite de Crime: Anarquia (The Purge: Anarchy, 2014) chega para satisfazer a vontade de conhecer, entender e ver mais sobre o expurgo, abrindo a visão da história para novas localidades. E agora com o terceiro filme da franquia, 12 Horas Para Sobreviver: O Ano da Eleição, James DeMonaco (diretor) e Michael Bay (produtor) repetem a dose aprofundando um pouco mais o conceito do expurgo dentro do governo utópico dos Novos Fundadores.

Desta vez, Leo Barnes (Frank Grillo) é o chefe de segurança da candidata a presidência americana Charlie Roan (Elizabeth Mitchell). A candidata bate de frente com os atuais governantes do país, e sua principal proposta é acabar com a noite de expurgo. Alguns concordam e abraçam a ideia, e outros são totalmente contra. Seus adversários eleitorais planejam assassiná-la, e a missão de Leo é fazer com Charlie Roan sobreviva às 12 horas da noite de expurgo.

senadoraO roteiro sabe reaproveitar os conceitos do longa anterior, e novamente temos muita ação, suspense e terror no filme de DeMarco. A contextualização da noite de crime feita neste terceiro ato da franquia foi ainda mais intensa, mostrou mais do que acontece durante as 12 horas de expurgo. É interessante ver a visão que a história tenta passar, sobre o que o expurgo representa para as pessoas, além de ver como isso ajuda o governo americano a lucrar – principalmente porque pessoas de outros países viajam para os EUA apenas para expurgar. O ato é tido como religião para alguns, é algo simbólico e ideológico, funcionando quase que como uma terapia para que pratica. Além disso é visível que o expurgo também pode se tornar um ato completamente doentio e dá um acerto apoderamento para as pessoas. É um momento em que os praticantes podem brincar de Deus e escolher que vive e quem morre.

A fotografia é bonita, mas tem o dedo enjoativo de Michael Bay, que produz muito bem as cenas de ação do filme (que são a sua especialidade). O problema de 12 Horas Para Sobreviver: O Ano da Eleição é se render a uma história comum e a vários clichês de roteiros de ação, dando a missão para um personagem que tem que proteger uma donzela indefesa. A sorte é que o roteiro de James DeMonaco, mesmo com esses clichês desnecessários, funciona. A sua direção está ótima, mas em vários momentos do filme a segurança de DeMonaco é tanta que ao invés de resolver problemas de forma simples o diretor preferiu se exibir causando uma morte desnecessária.

dupla12 Horas Para Sobreviver: O Ano da Eleição sabe reaproveitar tudo o que já foi feito nos dois filmes anteriores, principalmente em tornar Dante Bishop (Edwin Hodge) em um personagem importante na história, e que também tem um fim convencional. O bom, também, é que não é o tipo de história que se preocupa em apresentar cada personagem, a preocupação real é trabalhar a motivação de cada um deles, justificando as suas ações dentro da história. Isso acaba tornando a trama mais objetiva, dando mais tempo para que suas doses frenéticas de ação, tensão, suspense e terror comecem a elevar ainda mais a magnitude da história.

O terceiro longa de James DeMonaco na franquia Uma Noite de Crime tinha tudo para ser ainda melhor do que o anterior, mas acabou se rendendo a desfechos desinteressantes e fórmulas ultrapassadas, fazendo uma construção comum e entregando uma trama batida. Os conceitos estão ótimos, e aprofundam ainda mais do que já foi visto, basta saber se ainda veremos uma rebelião dos descontentes com a nova presidente ou se este foi o final morno da franquia Uma Noite de Crime.

Avaliação

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