Anna Muylaert ficou conhecida do publico, após a estréia de Que Horas Ela Volta?, filme com Regina Casé e Camila Márdila que desde seu lançamento vem recebendo grande reconhecimento, tanto por parte do publico quanto da critica. Mas antes de trazer seu magnus opus para tela, Muylaert já fazia um cinema diferente e provocador, seu primeiro filme, Durval Discos, pode não trazer tantas discussões quanto seus sucessores, mas tem um roteiro surpreendente.
A história que se passa em 1995 é centrada em Durval, que em plena era do CD insiste em continuar vendendo discos de vinil (LP). O solteirão, que vive com a mãe, vê sua vida mudar após contratar uma empregada que traz junto com ela um passado misterioso e uma amável criança.
O começo do filme pode parecer bem simples, você olha para ele e vê só mais uma comédia comum com nada de especial, mas com o passar da projeção, Durval Discos vai se mostrando o grande filme que é. A história fica cada vez mais envolvente, beira a loucura e o espectador até se perde com as viradas que a trama vai dando, mas o roteiro firme consegue deixar o espectador ligado e esperando logo uma resolução para a situação tão insana que foi criada.
Os atores também são ótimos e deixam o filme ainda mais forte. Ary França está perfeito no papel de Durval. Ele consegue se situar muito bem entre a comédia e o drama sem parecer piegas e dá uma ótima liga com Etty Fraser que também está atuando muito bem (com mais facilidade, pois já havia trabalhado com Muylaert em seu primeiro curta, A Origem dos Bebês Segundo Kiki Cavalcanti).
Durval Discos tem uma trilha sonora agradável, uma direção muito boa e atuações de primeira. Além de uma participação especial, muito especial. O filme precisa ser visto por aqueles que amaram Que Horas Ela Volta?, aqueles que sentem falta de mulheres no audiovisual brasileiro e os que estão atrás de uma história diferente e mais ainda, um bom filme.
Essa é a dica do Matinê Cine&TV para você, Durval Discos. Assista e comente com a gente.
