Título: A Rainha Vermelha
Série: A Rainha Vermelha
Autor(a): Victoria Aveyard
Páginas: 422
Editora: Seguinte
Ano: 2015

“O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses. Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho? Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe – e Mare contra seu próprio coração.”

O livro A Rainha Vermelha é o primeiro da trilogia de título homônimo e centra-se na história de Mare Barrow, que vive em uma sociedade dividida entre reis e plebeus. Nesse governo tirano a desigualdade e o reflexo social nunca ficaram tão claros e Mare vive de pequenos roubos e furtos para ajudar a família. Tudo isso muda quando a garota é escolhida para trabalhar no palácio real e algo inesperado acontece: ela descobre que é diferente e que tem um dom. Tudo que era conhecido para Mare, agora ficou no passado e a mesma terá que aprender lidar com isso.

Mare é uma incógnita aos prateados e a autora deixa evidente que tememos o que não conhecemos. No primeiro momento, a personagem se vê assustada por não se saber o que eles realmente querem com ela, nem o propósito da sua estadia naquele lugar que ela tanto despreza. Ela irá aprender como se comportar na alta sociedade recebendo aulas de etiqueta — embora essa parte seja uma mistura do filme O Diário de uma Princesa com Game of Thrones —,  assim como usar seu novo dom e melhorar sua educação. Nesse meio tempo, ela se torna amiga de seu professor, Julian, e dos príncipes Maven e Cal, que se veem solidarizados com a situação da mais nova “princesa“. O leitor aprende um pouco mais sobre a sociedade, as famílias prateadas (denominadas Casas) e seus respectivos poderes junto com a protagonista.

A história é contada em primeira pessoa, onde se vê nas linhas a emoção da personagem principal. A autora usa a linguagem própria dos jovens e as pessoas que gostam desse tipo de leitura, mas no decorrer do enredo vemos o amadurecimento e a evolução da personagem – passado com naturalidade. Os demais também são bem elaborados, porém, não ganham o devido destaque. Cada um tem um papel a exercer e autora vai deixando isso claro com o passar das páginas. A interação e a rivalidade entre eles é outro ponto positivo na história, assim como as diferenças de pensamentos, ideologias e a postura de cada um.

Imagem: Ítalo Alves

No começo, a leitura é um pouco devagar, mas fica menos densa confirme a história se desenvolve. O livro começa a ficar interessante a partir do quarto capítulo, mas o grande o propósito de Mare e da história como um todo só toma forma mais à frente.

A autora, Victoria Aveyard, conta que teve grandes influências do gênero – como C.S. Lewis, J.K. Rowling e J.R.R. Tolkien – para criar sua história, mas também há uma nítida influência de outros títulos como Jogos Vorazes e Divergente. Ela (Aveyard) soube fazer uma história original, poética e envolvente, porém a estrutura usada é a mesma que esses autores já fizeram anteriormente. Não que isso seja negativo, mas é algo já ficou preestabelecido nas sagas e séries juvenis. O que impressiona bastante na história é que a autora não priorizou o romance, deixando esse quesito na medida certa, entre as entrelinhas, e não de uma forma apelativa.

Por outro lado, também há poucos detalhes sobre o mundo que autora cria para a trilogia, seja sobre as Casas, seus habitantes, seus poderes e o que levou à  sociedade aquele ponto, pois em alguns momentos essa introdução deixa o leitor um pouco confuso sobre a situação temporal em que o livro se passa. Pode ser que não seja assim para todos, mas isso deixa um “quê” de curiosidade – o que para o restante da trilogia pode ser algo positivo.

É importante que ressaltar, agora sobre o livro físico, que a capa é simples, porém, os detalhes são muito bem feitos, e os desenhos que vem logo após também. As cores das folhas são levemente amareladas e agradáveis aos olhos assim como a diagramação.

Com capítulos recheados de emoção e uma grande reviravolta na trama, A Rainha Vermelha entrou com o pé direito e foi uma ótima introdução para o que está por vir. Sendo assim, indico essa leitura à todos os leitores que gostam de uma boa fantasia com elementos distópicos.

Avaliação

[yasr_overall_rating size=”medium”] (Ótimo)