Foto: Matheus Machado
Foto: Matheus Machado

Título: Contos do Cão Negro Volume II: A Canção do Cão Negro

Editora: AVEC Editora

Ano de Lançamento: 2017

Roteiro: Cesar Alcázar

Desenhista: Fred Rubim

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“Um ano após derrotar o viking Ild Vuur e um monstro de eras imemoriais, Anrath, o Cão Negro, agora comanda seu próprio navio. Ao lado de Aella, a Guerreira, e Rorik, o Gigante Saxão, ele embarca em uma missão perigosa na Islândia, que irá resultar em um novo confronto com saqueadores vikings. Porém, esta batalha acabará colocando Anrath nas garras de uma criatura mitológica sedutora e mortal.”

Anrath e companhia estão de volta no segundo volume dos Contos do Cão Negro, e agora precisam lidar com as consequências do embate contra Ild Vuur, que encerrou o volume anterior de forma épica. A Canção do Cão Negro traz o protagonista com mais peso emocional, apesar de estar em um grande momento, Anrath já está cansado das batalhas, mas reconhece que a morte o persegue e isso faz com que o Cão Negro não consiga descansar.

A afirmação, feita pelo próprio personagem, não se torna uma metáfora, mas sim uma realidade, pois mesmo quando Anrath não procura pela batalha os confrontos acabam indo ao seu encontro, e é assim que se desenvolve o segundo volume da HQ. Cesar Alcázar faz um ótimo trabalho com o desenvolvimento da história, que inicia de forma inteligente com um flashfordward que acrescenta ainda mais ação em um misto de sentimentos intrigantes sobre como o protagonista chegou naquela situação – cumprindo muito bem o propósito do artifício.

O bom, em A Canção do Cão Negro, é que muitas das qualidades do primeiro volume são mantidas, principalmente a dinâmica entre texto e imagem que fazer da história uma leitura rápida e diluída, mas não menos atraente e envolvente. Assim, a riqueza histórica apresentada no primeiro volume consegue ser mantida e se aproveita da própria ambientação criada em O Coração do Cão Negro, fazendo com que o leitor sinta-se em casa novamente.

Os méritos, porém, não pertencem apenas ao autor, mas também de quem concebe a arte, Fred Rubim, que volta com o seu traço expressivo. A junção dos talentos da dupla faz com que os Contos dos Cão Negro não sejam apenas história vikings de sangue e ação, mas mostram um lado muito mais humano em seus personagens, fazendo com que o leitor possa não apenas se identificar com aqueles personagens, mas também admirá-los.

Foto: Matheus Machado

Sem dúvida, A Canção do Cão Negro repete uma série de acertos feitos no volume lançado em 2016, apresentando alguns novos elementos e não se esquecendo de mostrar mais da sua mitologia. Porém, é aqui que o leitor pode colocar o arco final em dúvida, pois se em 2016 O Coração do Cão Negro termina no climax  de muita ação, A Canção do Cão Negro, por outro lado, encerra-se de forma muito mais melódica e talvez até poética. O uso da figura mitológica de Leanhaun Shee (“a fada amante das velhas lendas“) como recurso final para o encerramento da trama é sem dúvida uma surpreendente escolha, cancelando a expectativa comum de terminar a história com mais sangue e ação.

Assim, e como parte da humanização dos personagens, A Canção do Cão Negro foge de repetir os seus próprios desfechos, mas não deixa de reproduzir a qualidade que fez do primeiro volume uma ótima surpresa. Aqui, no segundo volume, a qualidade não surpreende, mas após conferir toda leitura o sentimento de gratidão por mais uma ótima aventura do Cão Negro é o que melhor define a vontade de voltar a esse universo mais uma vez.

Avaliação

[yasr_overall_rating size=”medium”] (Ótimo)