Está em cartaz nos cinemas brasileiros a partir desta quinta-feira, 04, o filme O Homem dos Sonhos. Dirigido pelo cineasta norueguês Kristoffer Borgli, o longa-metragem tem Nicolas Cage em grande atuação.
Ficha Técnica
Título: O Homem dos Sonhos (Dream Scenario)
Direção: Kristoffer Borgli
Roteiro: Kristoffer Borgli
Elenco principal:
Data de lançamento: 04 de março de 2024 (nos cinemas brasileiros)
A história de ‘O Homem dos Sonhos’
Um infeliz pai de família vê sua vida virar de cabeça para baixo quando milhões de estranhos começam a vê-lo em seus sonhos. Quando suas aparições noturnas tomam um rumo de pesadelo, Paul é forçado a lidar com seu novo estrelato.
Assista ao trailer do filme:
Crítica de ‘O Homem dos Sonhos’
A carreira de Nicolas Cage é um divisor de águas. Embora vencedor de um Oscar por Despedida em Las Vegas (1995), foram muitos os rótulos negativos atribuídos a sua carreira.
Astro de filmes de ação, obras renomadas da década de 1990 e outros tantos filmes, Cage parece estar se dedicando a projetos mais intimistas nos últimos anos – enquanto alterna entre filmes de menos prestígio.
Um bom exemplo é o recente PIG: A Vingança (2021), que levou o ator a festivais de cinema pelo mundo. No entanto, o melhor exemplar desta curva que sua carreira vive é O Homem dos Sonhos.
O longa-metragem é o novo trabalho do diretor norueguês Kristoffer Borgli (Doente de Mim Mesma) e mostra a história de um professor universitário que vive uma vida tranquila até descobrir que inúmeras pessoas o conhecem de seus sonhos. Com isso, a vida de Paul Matthews (Cage) muda completamente.
O Homem dos Sonhos, de maneira analógica, cria uma grande reflexão sobre sucessos meteóricos do mundo contemporâneo, ou os famosos virais. A ideia do longa-metragem é discutir sobre a efemeridade desses fenômenos.
A ideia é simples e pertinente. Enquanto algo viraliza, ou se torna um grande sucesso, outro já vem logo atrás e rouba os holofotes. Porém, é claro que o filme se dedica a debulhar este processo – fazendo uma espécie de estudo de caso.
O roteiro de Borgli é engenhoso ao retratar a proliferação de sonhos em que Paul aparece, começando com pessoas próximas e indo até desconhecidos aleatórios que passam a reconhecer o protagonista em diferentes lugares.
A abordagem escolhida pelo diretor e a interpretação de Cage são essenciais para que o filme funcione. A história mistura o thriller com uma comédia de humor ácido. Esta dualidade caracteriza o tom da narrativa.
O diretor Kristoffer Borgli explora diferentes nuances da história, que ganha contornos verossímeis mesmo utilizando artifícios fantasiosos em sua trama. Desta forma, o longa mostra Paul Matthews surfando a onda do sucesso, passando por um linchamento e caindo no esquecimento.
Dentro deste processo ainda cabem outras camadas, como a entrada do mercado publicitário que busca lucrar com este momento – ao mesmo tempo em que Paul Matthews tenta aproveitar o sucesso em benefício dos próprios interesses.
Embora explore as partes mais importantes deste processo de fama repentina, O Homem dos Sonhos não deixa de apostar em caminhos previsíveis. Apesar disso, consegue fazer a história funcionar.
Tenso e divertido em equilíbrio, O Homem dos Sonhos é abrilhantado pela atuação de Nicolas Cage. Paul Matthews é o diferencial desse filme, afinal o homem mais comum – em todos os sentidos possíveis – traz o inusitado para a história.
Ao mesmo tempo em que isso acontece, a escolha de Nicolas Cage para o papel também é perspicaz. O ator, independente dos bons filmes que tenha no currículo, até então era marcado por fazer filmes, geralmente de ação, ruins. E o seu personagem ficará rotulado como o homem dos sonhos.
Explorando as consequências desses acontecimentos na vida do protagonista, O Homem dos Sonhos cria uma catarse para encerrar sua história. O filme de Kristoffer Borgli é um dos títulos mais interessantes do primeiro trimestre de 2024 , assim como a atuação de Nicolas Cage.
O Homem dos Sonhos pode entregar ao espectador uma história intrigante e arrebatadora ao retratar os impactos que uma figura comum, sem motivo e esforço, podem causar no coletivo. A estranheza conquistadora do filme é o trunfo que pode fazê-lo fisgar a atenção da audiência enquanto a faz, de forma inusitada, pensar sobre mundo das telas.
