23 de janeiro de 2025 é um dia histórico para o cinema brasileiro. Eram grandes as expectativas do público nacional para os indicados ao Oscar 2025. O filme Ainda Estou Aqui, que arrebatou o Brasil levando mais de 3,6 milhões de pessoas para os cinemas, recebeu três indicações para a 97ª edição da premiação. São elas: Melhor Filme, Melhor Atriz (Fernanda Torres) e Melhor Filme Internacional.
A indicação na categoria principal do Oscar é histórica. Esta é a primeira vez que um filme brasileiro está entre os selecionados para disputar o prêmio de Melhor Filme. “[…] nós entramos para a história para sempre, ainda estamos aqui”, disse Selton Mello em publicação no Instagram. O ator interpreta Rubens Paiva no longa-metragem.
Fernanda Torres iguala o feito da mãe, Fernanda Montenegro, sendo a segunda brasileira a concorrer na categoria de Melhor Atriz. Ela disputa o prêmio com Cynthia Erivo (Wicked), Karla Sofia Gascón (Emilia Pérez), Mikey Madson (Anora) e Demi Moore (A Substância).
Em comunicado enviado à imprensa, a atriz reagiu a indicação ao Oscar. “É um dia muito importante na vida de todos nós que amamos o Brasil, que amamos a cultura, que amamos a justiça. Eunice Paiva merece” disse Fernanda Torres. A atriz, destacou que a premiação será realizada durante o feriado de carnaval: “eu quero que o Brasil comemore muito no carnaval. Nada como uma tragédia grega como essa terminar numa celebração dionisíaca como a do Carnaval do Brasil inteiro“.
Em entrevista para o Estúdio i da Globonews, Fernada Torres confessou que não assistiu a transmissão da The Academy que revelou os indicados ao Dia histórico para o cinema brasileiro: Ainda Estou Aqui realiza grandes feitos com suas indicações na premiação.. Ela só soube que estava na categoria de Melhor Atriz pelo marido, Andrucha Waddington.
“Estou muito feliz disso ter acontecido comigo já perto de completar 60 anos, madura, porque tem que ter muita maturidade“, afirmou Fernanda Torres para o Estúdio i. “Quando o filme foi ovacionado em Veneza, eu entendi que a onda ia ser grande e que eu precisaria ter cabeça para ter calma e fazer o que fosse necessário, que eu não sabia o que era, sem enlouquecer, segurando os meus cavalos“, completou sobre sua indicação ao 97º Oscar.
O diretor Walter Salles também comentou as indicações do filme: “Esse é um momento de celebração não só para todos nós que fizemos ‘Ainda Estou Aqui’, mas para toda a cultura brasileira“. O cineasta também agradeceu nomes como Alfonso Cuarón, Sean Penn, Valeria Golino, Olivier Assayas, Alice Braga, Alexander Payne e Wim Wenders que ajudaram a promover o filme.
Ainda Estou Aqui se junta a O Pagador de Promessas (1963), O Quatrilho (1996) e O Que É Isso, Companheiro? (1998) como longas-metragens brasileiros indicados a Melhor Filme Internacional. Orfeu Negro (1959) e Central do Brasil (1998) também receberam indicações na categoria, no entanto, são co-produções do Brasil com outros países.
O longa-metragem segue em cartaz nos cinemas brasileiros, disponível em 500 salas.
Uma história para não esquecer
O filme se passa na década de 1970, durante a ditadura militar. A história é centrada na família Paiva, mostrando especialmente o dia em que Rubens (Selton Mello) foi levado por militares à paisana e nunca mais voltou. A partir disso, Eunice (Fernanda Torres) precisa se reinventar para traçar um novo futuro para sua família enquanto buscava pela verdade sobre o destino de Rubens Paiva.
Ainda Estou Aqui é uma adaptação do livro homônimo escrito por Marcelo Rubens Paiva, filho de Rubens e Eunice. Na obra literária, o autor relata a história da família em sua busca pela verdade sobre o desaparecimento de Rubens Paiva.
Nas suas redes sociais, Marcelo Rubens Paiva publicou uma foto da mãe, sem legenda – veja abaixo. Na entrevista para o Estúdio i, Fernanda Torres reafirmou que não acredita em vida após a morte, mas, apesar disso, entende que Eunice Paiva é quem está guiando o filme em sua trajetória de sucesso.
