Imagem: Arquivo Pessoal/ Matheus Machado
Acompanhe abaixo a crítica do segundo episódio de Justiça
Imagem: Arquivo Pessoal/ Matheus Machado
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Você vai me pagar, pode não ter Justiça na terra, mas tem no céu

Ontem foi ao ar o segundo capítulo de Justiça, trazendo o começo de mais uma das quatro histórias que serão contadas na série. Alguns conceitos ficaram muito mais claros, ou mais afirmados. Foi um clima completamente diferente do primeiro, que foi todo melancólico, esse segundo foi uma tristeza enorme, muito sofrimento. Parece que a condição financeira dos personagens influenciou esse clima de desgraça na vida de Fátima.

Na minha opinião, o capítulo de segunda-feira ainda foi um pouco melhor, mas a diferença é realmente o ritmo. Como a “atmosfera” do plot mudou completamente a forma como a trama se desenvolveu, foi um pouco diferente. E o interessante foi que essa família tinha mais problemas para desenvolver, as dificuldades do dia-a-dia foram mais visíveis, e deu até para sentir mais empatia com os personagens. Parece que foi muito mais próximo do público, sinceramente até o problema com o vizinho ficou interessante.

Não era apenas uma incomodação com um cara qualquer, ele é um policial, abusando da autoridade, mostrando o “lado negro” de uma pessoa, mostrando o descaso para com os outros. O engraçado é o contra ponto que a série faz entre os acontecimentos. Não é nem uma questão de lei, mas se uma pessoa faz algo de ruim para você, é uma coisa, agora se você faz algo ruim para retribuir a maldade, já são outros quinhentos. Em uma situação assim, quem revida perde a razão. No caso do Capítulo 02 foi isso que aconteceu, mas Fátima não perdeu a razão perante a lei, ela foi presa por causa de uma armação, uma grande sacanagem.

Acho muito interessante a forma como a história trabalha a construção dos acontecimentos, Fátima não matou o cachorro apenas porque quis, foi um descontrole sim, não precisava fazer aquilo ali, mas analisem o contexto, ela estava surtada, o marido havia tomado uma facada, ela viu seu filho com sangue no braço e um cachorro completamente descontrolado estava tentando pega-lo. Nada disso justifica a atitude dela, mas o roteiro destaca muito o contexto dos acontecimentos, e minha tarefa nessa matéria é destacar isso.

Imagem: Arquivo Pessoal/ Matheus Machado
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Também ficou claro que a preocupação de Justiça não é mostrar realmente o fato, e sim a consequência, o que acontece com cada um dos personagens depois do ocorrido. Existe muita dor na vida das pessoas que são retratadas ali, existe sofrimento, tristeza, solidão, medo, mas não é só disso que a minissérie trata. Acredito que além desses sentimentos destruidores, a grande preocupação de Justiça é fazer sim um contra ponto e um questionamento sobre o que é justo ou não, sobre a justiça de Deus e a do homem, e se essa justiça é realmente justa, independente do contexto dos acontecimentos. E o mais importante é que Justiça também trata da redenção e superação das pessoas.

Para finalizar destaco a ótima atuação de Adriana Esteves, e como falei na crítica anterior, os atores brasileiros não são bem aproveitados nas novelas, mas se usados em outras produções e com uma boa direção artística a história muda completamente. Tudo bem que Fátima não está muito distante de outros papéis de Adriana na TV, mas igual foi uma ótima atuação. A direção, em parte de fotografia, filmagem e edição continua sensacional, José Luiz Villamarim continua fazendo um ótimo trabalho em Justiça.

O próximo capítulo de Justiça vai ao ar na próxima quinta-feira, depois de Velho Chico. O episódio só não será exibido hoje (quarta) por causa da rodada do futebol.

 

Nota do autor para o episódio:

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