A quarta temporada de Agents of S.H.I.E.L.D começou um pouco lenta com o arco do motorista/motoqueiro fantasma, mas ganhou força com o seu final e início do novo arco MLD (Model Life Decoy). Nas críticas anteriores, inúmeras vezes foi ressaltado quantas coisas legais esse novo tema está trazendo para série, gerando uma trama sólida que podia mudar de direção a qualquer momento, e foi o que aconteceu. Com “Self Control“, Agents of S.H.I.E.L.D entregou um dos melhores episódios da série até o momento, com um plot que mais parecia um thriller psicológico que crescia conforme o tempo passava.
O final do episódio passado já tina revelado que Daisy (Chloe Bennet), Coulson (Clark Gregg), Mack (Henry Simmons) e Mace (Jason O’Mara) tinham sido trocados por androides e seus verdadeiros corpos estavam em posse de AIDA (Mallory Jansen) e Radcliffe (John Hannah), restando a Simmons (Elizabeth Henstridge) e Fitz (Iain De Caestecker) a tarefa de resolveram este problema e recuperarem os corpos dos amigos. Porém, o que não tinha ficado claro, ainda, era se algum dos dois também tinha sido substituído por um androide, o que serviu de começo para este frenético episódio.
O embate físico e psicológico entre Fitz e Simmons foi um dos grandes momentos da temporada – e da série -, em uma sequência de muita tensão, desespero, suplicas e questionamentos quanto à veracidade da identidade de ambos. Entre gritos e lutas, os telespectadores tiveram que presenciar os dois personagens mais carismáticos da série, que, após três temporadas, finalmente tinham conseguido superar seus traumas para ficar juntos, ameaçando um ao outro, o que consequentemente levou a morte de um deles – um androide, no caso.
O peso emocional desta cena foi muito grande, com Fitz libertando tudo o que estava guardando dentro de si e toda a culpa por ter ajudado Radcliffe a aperfeiçoar a AIDA. Simmons, por outro lado, apontando uma arma para o seu amado, sendo obrigada a fazer ele se mutilar para provar sua identidade e matando a cópia de Fitz, a pessoa que ela mais ama, a facadas foi algo realmente forte de assistir.
Após esse embate, tudo ficou ainda mais claro. As cópias de Coulson, Mack, Daisy, Fitz e Mace tinham plena consciência do que eram e o que deviam fazer. Agora era Simmons contra todos, pelo menos era o que parecia, até que o roteiro revela mais uma reviravolta em somente 18 minutos de episódio. Daisy tinha sim sido substituída, porém, seu corpo original estava no quartel general da S.H.I.E.L.D e diferente de Simmons, que não sabia que seus amigos tinham sido trocados por androides, o que também incluía ela. Tudo isso levou a mais uma grande cena, onde Daisy se vê frente-a-frente com dezenas de cópias dela mesma, prontas para serem ativadas e dominarem a S.H.I.E.L.D.
A partir deste momento a série engrenou em um ritmo muito acelerado, já que Jemma e Daisy precisavam lutar por suas vidas. O roteiro usou muito bem as duas personagens, utilizando a inteligência e determinação de Jemma junto com a força e coragem de Daisy. Foco para Chloe Bennet, que estava sendo constantemente menosprezada pelos roteiros dos episódios anteriores e sua personagem parecia não contribuir com a trama.
O episódio também trouxe excelentes efeitos especiais e lutas corporais muito bem coreografadas. Um bom exemplo disto é a cena onde Daisy tem que lutar contra Coulson e Mack, logo após ter participado de uma luta violenta contra Mace. Essa cena mostrou como os efeitos especiais da série melhoram, pois Daisy utiliza seus poderes de uma forma incrível contra Mack e Coulson. Sem dúvida, uma cena memorável.
AIDA foi oficializada como a grande vilã desta temporada e com grande certeza, deste novo arco que virá. A androide, presa em um paradoxo onde devia proteger o Framework e a vida do seu criador, Radcliffe, acabou dando fim ao próprio no mundo real. Para proteger o Framework, ela devia impedir qualquer um que ameaçasse a continuação do projeto, o que consistia em tirar a vida de Radcliffe, já que ele, como um humano, poderia algum dia se arrepender e resolver encerrar o projeto. Como uma de suas diretrizes também era manter Radcliffe vivo, AIDA eternizou a mente de seu criador no Framework.
Uma boa e tocante surpresa neste episódio foi a versão androide da May (Ming-Na Wen). Ela foi, se não, a grande heroína de “Self Control“. Tomada por emoções humanas, que foi programada para sentir, e pelos pensamentos da verdadeira May, a androide se rebelou contra seus similares (Coulson, Mack, Fitz e Mace) e permitiu que Simmons e Daisy fugissem, junto com outros agentes da S.H.I.E.L.D. O discurso da personagem, antes de se explodir junto com todo o quartel general da S.H.I.E.L.D, foi muito tocante.
Tudo isso, mostrado em apenas 40 minutos, já deixava bem claro que o final do episódio seria ainda melhor do que tudo que fora mostrado até o momento. O fim trouxe um sentimento de “quero mais” e uma nostalgia de quando você termina uma história em quadrinhos que você gosta e mal pode esperar pela próxima edição. Tudo isso combinado com um novo mundo que começou a ser apresentado, onde tudo é diferente e personagens, que até o momento você pensava que nunca mais iria ver, reaparecem e outros que você pensava conhecer, mostram uma nova face.
Agents of S.H.I.E.L.D com certeza mostrou um dos seus melhores episódios, podendo ser até o melhor, prometendo muito mais a este com esse novo arco, que mal podemos esperar para conferir.
Avaliação
[yasr_overall_rating size=”medium”] (Excelente)