Divertido e sem compromisso, o remake de Os Caça-Fantasmas (1984) resgata o espírito do original. Apesar de estar envolvido em muitas polêmicas (quanto ao feminismo, sexismo, machismo, entre outros conceitos), Caça-Fantasmas é exatamente aquilo que eu espera, só que ainda mais divertido.
Sempre que temos um novo remake, tanto no cinema como na televisão, sempre há uma grande preocupação de como ficará a nova versão. Com Caça-Fantasmas não foi diferente, é incrível o respeito e o resgate da essência que o novo tem para com o antigo. É um filme que faz muitas e muitas referências a obra original. Não é uma cópia, longe disso, aliás a história não é exatamente igual. Conseguimos notar que muitos elementos são parecidos, mas como disse existe um respeito muito grande pela obra original.
Assim como foi em 1984, Caça-Fantasmas faz piadas ótimas e originais, aliás o remake se adapta a época em que vivemos, onde piadas referenciando a cultura pop são quase obrigatórias para qualquer filme que se preze. Mas o único problema é que o filme demora para incorporar esse espírito. Mesmo com uma história que não se compromete – é levada ao melhor estilo de “uma coisa puxa a outra” -, ele começa um pouco sério, tentando fazer algo um pouco diferente, apresentando em um primeiro momento apenas a personagem de Kristen Wiig, Erin Gilbert. A moça deveria ser a sucessora de Bill Murray no longa, mas esse papel foi assumido pela excelente (e que eu esperava que fizesse isso) Melissa McCarthy, com Abby Yates.
McCarthy tem ótimas interpretações durante sua carreira, inclusive uma das que mais gosto é Sookie (Gilmore Gils, AKA Tal Mãe, Tal Filha), mas nessa personagem ela estava muito a vontade, leve e assumiu bem a personalidade de Abby. É por causa da aparição dela, na história, junto com Jillian Holtzmann (Kate McKinnon, que é talvez a melhor personagem do filme), que a história começa a engrenar. Até então Erin Gilbert não teve nenhum carisma. Esse é um ponto que me incomodou um pouco, o início do filme. A história demora para andar e a pegar o ritmo, até que elas começam a assumir melhor suas personalidades e assim conquistando as pessoas. Essa remontagem do grupo dos Caça-Fantasmas é ótima, os personagens são diferentes, mesmo resgatando elementos que fazem você lembrar de Peter, Ray, Egon e Winston, pois elas assumem essa responsabilidade de sucessão, mesmo que o filme seja um remake e não uma continuação. O que novamente retrata o respeito com a obra original que eu tanto falo.
Os elementos retirados lá de 1984, acrescentam muito na história que sabe usá-los de forma diferente. O principal deles são as referências feitas a história original, além da participação especial de Bill Murray, com um papel controverso, mas que é quase o mesmo Peter que conhecemos. Ernie Hudson, Sigourney Weaver e Annie Potts fazem aparições ótimas, principalmente Ernie e Sigourney. É realmente lindo de se ver as referências (que foram mais homenagens do que referências) a Os Caça-Fantasmas, que mostra o tamanho da responsabilidade que Paul Feig tinha em mãos. Chris Hamsworth também está muito bem no filme, o papel é bem bobo, mas ele fica bem de mais como Kevin.
O que fica claro sobre Caça-Fantasmas é que uma continuação é quase certa, mesmo tendo uma história bem simples e previsível, o longa-metragem é extremamente divertido, traz uma história de 32 anos atrás completamente adaptada para os dias de hoje, apresenta ótimas personagens, que são muito carismáticas. Os efeitos, é claro, evoluíram, mas não perderam a essência dos antigos, até mesmo os fantasmas fazem referências ótimas. Em si, Caça-Fantasmas diverte muito a quem assiste, prende você até o fim dos créditos (mesmo sendo um pouco longo, podendo cortar algumas cenas de menor importância). A direção é Paul Feig está ótima, todas as cenas de ação do filme são muito bem aproveitadas e tem uma edição e coreografias muito dinâmicas.
Apesar de já esperar um filme bom, Caça-Fantasmas ainda conseguiu me surpreender com sua boa história, fazendo-se um filme muito engraçado e divertido. As piadas inteligentes, o carisma dos personagens agregados a personalidade única de cada um resgatam muito bem o espirito do longa, e entregam um ótimo filme. Espero que tenhamos uma continuação em breve.
Ghost¹: Leslie Jones (II) rouba a cena, a personagem é muito engraçada, divertida, faz ótimas piadas e entra muito bem no roteiro, ela mostra exatamente o que falei sobre “uma coisa puxa a outra”. Patty é mais uma ótima personagem, e uma das que mais gostei.
Ghost²: Uma curiosidade é que um dos cenários usados no longa é o mesmo hotel de American Horror Story: Hotel.
Nota do autor para o filme:
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