Texto com SPOILERS de Liga da Justiça!!!
O sol enfim brilhou para a DC no cinema com a chegada de Liga da Justiça, já em cartaz no Brasil, e as duas cenas pós-créditos do filme refletem algumas correções de rumo feitas pela DC desde Mulher-Maravilha, além de serem um reflexo do novo tom que Liga da Justiça estabelece nesse universo.
A Matinê Cine&TV já conferiu o filme – leia a crítica – e vamos falar da importância dessas duas cenas pós-créditos de Liga da Justiça e o que elas representam para os filmes da DC daqui para a frente. Vale ressaltar que, recentemente, Geoff Johns (chefão da DC) afirmou que a conexão entre os filmes do Universo DC deve ser reduzida, conforme explicou em entrevista concedida para a Vulture:
“O filme não é sobre outro filme. Alguns dos filmes conectam os personagens, como Liga da Justiça. Mas, com Aquaman (por exemplo), o objetivo não é conectá-lo a todos os longas. Seguindo em frente, você verá o universo cinematográfico da DC como um universo, mas que vem do coração do cineasta que o está criando.”
Ou seja, os filmes da DC podem ser histórias “isoladas/fechadas” como foi com Mulher-Maravilha, e de certa forma também é em Liga da Justiça. Assim os filmes vão “coexistir” no mesmo universo, e vez ou outra esses personagens podem se encontrar, como em Liga da Justiça.
Indo direto ao ponto, a questão principal é: uma cena pós-crédito é um reflexo do que a DC planeja de tom para os seus filmes, a outra é uma correção de rumo que tem influência direta em alguns dos próximos longas desse “Universo” – principalmente na provável “Liga da Justiça 2“.
Atenção aos SPOILERS!
Cena 1
Assim como Barry Allen, o Flash (Ezra Miller), o Superman (Henry Cavill) também possui a super-velocidade como uma das suas habilidades. Com isso, na primeira cena depois dos créditos, Barry e Clark se encontram em uma estreita estrada de terra em meio ao campo (cenário que deve se localizar em Smallville) para apostarem uma corrida até a costa do Oceano Pacífico, e ver quem chega primeiro. A cena é leve, descontraída e bastante divertida (bobinha, na verdade), remete a um estilo de interação que é puro “quadrinhos” – algo que, inclusive, já aconteceu com o Flash e a Supergirl em um crossover das séries de TV. Essa cena, ainda, é um reflexo do clima que Liga da Justiça sustenta em alguns momentos, onde o sol brilha e os personagens tem liberdade para fazerem tal “travessura“. O momento simboliza o novo tom da DC no cinema, deixando claro que daqui para frente filmes mais divertidos e cheios de aventuras devem chegar aos cinemas para conquistar o público – mas isso não significa que todos os filmes seguirão este mesmo padrão, pois o diferente também é bem-vindo.
Cena 2
A segunda cena é um pouco mais longa, de longe mais importante que a primeira e um tanto inesperada. Nela vemos que Lex Luthor (Jesse Eisenberg) fugiu da prisão e deixou um prisioneiro lunático no seu lugar lhe substuíndo. Depois, a cena corta para um Iati de luxo, onde Lex se encontra. Enquanto isso, vemos um barco a motor – sofisticado – indo na direção do Iati. No tal barco vemos o Exterminador (Joe Maganiello), que chega para conversar algo com Luthor. No diálogo, Lex exalta o retorno do Superman e a formação de uma Liga (por parte dos heróis). Nisso, ele sugere para o Exterminador que eles (vilões) também deveriam formar a sua própria Liga – fazendo, assim, uma alusão direta a Legião do Mal, grupo de vilões opostos à Liga da Justiça. Aliás, mais um spoiler, o Gorila Grodd, um dos mais conhecidos vilões do Flash, e um dos membros da Legião do Mal, é rapidamente mencionado no filme.
Originalmente, Lex Luthor sempre foi o líder e criador da Legião do Mal, e a existência do grupo de vilões dentro do Universo Cinematográfico da DC pode trazer mudanças importantes para o futuro desses filmes.
Teoricamente, Darkside (mencionado uma única vez no filme) seria o vilão de uma vindoura continuação de Liga da Justiça – quando fora planejada em Parte 1 e 2. No entanto, com essa novidade, a DC pode guardar o seu vilão mais poderoso para um momento grandioso dentro do seu universo de filmes, quando este estiver devidamente consolidado e com muitos outros personagens apresentados – já que o próprio filme sugere “novas vagas” para a Liga de heróis. Além disso, há ainda as possibilidades de vilões para The Batman, o filme solo do personagem vivido por Ben Affleck e dirigido por Matt Reeves – que atualmente está reescrevendo o roteiro do longa, que pode dar início aos seus processos de produção em 2018.
Dentro disso, ainda, é importante ressaltar uma mudança notável e promissora. Jesse Eisenberg foi duramente criticado pela atuação e a forma como construiu o seu Lex Luthor em Batman vs Superman, um personagem chato, cheio de tiques e que pouco convenceu. Nessa pequena aparição, o Lex está mais contido e maduro, talvez uma consequência (boa) do tempo que passou na prisão. Mas o que mais impressiona é o visual de Joe Manganiello como Exterminador, perfeitamente igual ao personagem dos quadrinhos (com e sem o capacete), prometendo dar trabalho para o Batman caso ele realmente esteja no filme solo do Homem-Morcego – seja como vilão principal ou apenas um dos vilões do filme, afinal ainda não se sabe ao certo o que teremos no filme solo do Batman.
O futuro dos filmes da DC nunca foram tão promissores, e isso é uma consequência direta dos acertos do estúdio em Mulher-Maravilha e Liga da Justiça. Seja como for, mesmo que diminuindo a interação do seu universo compartilhado, a DC/Warner Bros. parecem estar alinhando as suas ideias e rumando o caminho certo com os seus próximos filmes.
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