Imagem: Banco de Séries

Garota de programa, prostituta, acompanhante de luxo… ou seja lá o que for, The Girlfriend Experience traz para a TV norte-americana um tema muito original que faz parte da realidade de muitas mulheres no mundo.

A série retrata de vida da jovem Christine (Riley Keough), estudante de direito, orgulho da família. Uma menina tímida, que não tem muitos amigos e acaba de conseguir o estágio dos sonhos, em uma das maiores empresas jurídicas de Chicago, mas o dinheiro acaba não compensando o suficiente. Com isso, somado ao vislumbre que a moça tem ao ver a vida de luxo que a melhor amiga tem, Christine resolve se aventurar no mundo do sexo por dinheiro.

A série é uma adaptação do filme, homônimo, de 2009, que também foi dirigido por Steven Soderbergh. Na época o filme foi protagonizado pela atriz pornô (aposentada) Sasha Grey, que depois de se aposentar fez muito sucesso lançando alguns livros. Inclusive fez o lançamento de um deles aqui no Brasil, sendo entrevistada no talk show de Danilo Gentiili na BAND.

A série é bem parecida com o filme em alguns conceitos, na forma como a personagem vai se desenvolvendo principalmente. Na adaptação, Christine é interpretada por Riley Keough (neta do Rei do Rock, Elvis Presley, a atriz participou de Magic Mike e Mad Max: Estrada da Fúria). Dentro do que precisava apresentar para transmitir bem a personalidade da protagonista a garota foi muito bem. Principalmente pela forma como as suas motivações se modificam ao longo dos episódios.

Imagem: Banco de Séries
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A história tem um tom muito interessante, que foca bastante em mostrar um contexto mais simples, para aprofundar nas mudanças da vida e da personalidade de Christine. É interessante também, que os episódios tem menos de 30 minutos de duração e isso não atrapalha em nada o desenvolvimento da trama. Acho até, que a história se tornaria bem cansativa se os episódios tivessem a duração normal de 45 minutos. A narrativa da série é bem semelhante com a do filme de 2009, mas devido a fotografia ser melhor do que a original do longa-metragem, a adaptação se torna mais aconchegante para quem assiste.

A forma como os fatos vão se desenvolvendo é ótimo, ainda mais ao mostrar como a perspectiva da personagem vai mudando. Em um momento vemos uma estudante muito dedicada, que consegue uma estágio em uma grande empresa, em outro conhecemos Chelsea, seu nome artístico como acompanhando de luxo. É engraçado que nesse início, temos uma virada de jogo bem interessante, onde Christine começa a sentir um certa “inveja” da amiga “bem sucedida” no ramo, e em pouco tempo Christine começa a se dar bem e acaba sendo a invejada da história.

Isso também funciona pela levada que a série tem em mostrar o desleixo da jovem com a faculdade, com o compromisso parcial no emprego e a dedicação total no ”sexo por dinheiro”, que vai desenvolvendo um vício sexual na jovem – que descarrega seus sentimentos em novos encontros, tendo como fetiche a realização de desejos, que resulta em prazer e muito dinheiro. Em outros momentos, de solidão, a masturbação vira um belo passatempo para a vida tediosa de Christine. Mas não pense que a motivação dela é só sexo e dinheiro. Com a nova profissão ela conquista a independência, comprando o próprio apartamento, tendo plenas condições em bancar uma vida de luxo, entre outras mordomias concedidas por juntar duas ótimas coisas da vida: sexo e dinheiro. Além disso, a série mostra que a mulher pode ter controle absoluto sobre as suas ações, objetivos e desejados.

Imagem: Banco de Séries
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Apesar de ter esses pontos positivos como consequência de muito trabalho, os problemas só vão aumentando. Com a independência na profissão e a busca própria por clientes em sites de relacionamento, próprios para o sexo pago e discreto, ela fica a mercê de qualquer um que apareça, desde o cara com desejos estranhos até aquele queridão, que banca tudo, mas que começa a desenvolver ciúme e tenta controlar da vida da garota. A partir disso os maiores problemas começam a acontecer, com a personagem ganhando mais exposição perante a sociedade em que está inserida. A série trabalha muito bem esse conceito de exposição, de como as pessoas agem com ela, como a jovem fica vista aos olhos de muitos e principalmente pela família.

As tramas paralelas também são muito boas, principalmente as que envolvem o ex-chefe David, com seus esquemas “corruptos” – em relação a um grande caso da companhia. A forma como desenvolvem a relação dos dois e as ações ardilosas da personagem são bem legais, já que ela armou tudo da forma certa, mostrando um bom espírito de vingança.

A primeira temporada de The Girlfriend Experience é composta de 13 episódios e pode ser devorada de forma bem rápida. Steven Soderbergh acertou o tom na série, com uma fotografia simples, mas que deixa a história bem agradável (mais do que a do filme).

Avaliação

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