Episódio dá início ao desenvolvimento que faltava para Negan na série
Durante toda uma temporada, Negan (Jeffrey Dean Morgan) roubou a cena com diálogos de efeito e atitudes ainda mais impactantes em The Walking Dead. Com o entretenimento como ponto de vista principal, a série de zumbis não poderia ter um vilão melhor. Mas somente “The Big Scary U” trouxe um desenvolvimento real ao personagem, mostrando um pouco mais do que há por trás do antagonista vivido por Jeffrey Dean Morgan.
Ter mais sobre Negan e o seu passado era uma das inúmeras promessas que The Walking Dead havia feito, e ver esta (principalmente) se realizando é mais do que satisfatório. Depois do Governador, The Walking Dead não trouxe tanto desenvolvimento para os vilões, muito disso porque eles não tiveram um espaço tão grande no enredo da série e também por não serem tão icônicos. Dar a Negan um background era uma tarefa que The Walking Dead já deveria ter cumprido, mas a escolha de fazer isso durante a Guerra Total não está completamente errada.
Quando a “Guerra” é trazida como foco principal dos filmes, é comum que essas histórias desenvolvam apenas o lado dos “mocinhos“, o que acaba desvalorizando a vilania da trama. Na televisão, trabalhar uma guerra dessa maneira é apenas uma das várias opções dos showrunners e roteiristas por trás do programa. Isso se deve ao simples fato de que na TV as séries têm mais espaço para desenvolver seus conflitos, e The Walking Dead, com “The Big Scary U“, mostrou que tem consciência disso.
Na verdade, era só questão de tempo até que The Walking Dead se dedicasse a expor o lado dos Salvadores dentro da guerra – explorando, inclusive, a previsível e justa subtrama do quase início de uma revolta dos trabalhadores no Santuário. Aliás, o maior mérito de “The Big Scary U” foi não se ater por muito tempo em sua breve recapitulação – mostrando o que Negan e seus generais estavam fazendo minutos antes da chegada de Rick (Andrew Lincoln) e companhia para realizarem o seu “ato de guerra“. O episódio ainda acerta em não narrar esse novo ponto de vista com um único núcleo, assim, mesmo não tendo grandes acontecimentos, “The Big Scary U” movimentou a sua trama e resolveu bem os assuntos que abordou.
Enquanto isso, fica evidente também que o episódio poderia ser levemente mais enxuto. A briga de Rick e Daryl (Norman Reedus), que teve o objetivo de instabilizar o lado da guerra que está levando vantagem até agora, não serviu para nada – a não ser para mostrar o quão imbecil foi a ideia que fez eles perderem armas poderosas que poderiam dar ainda mais vantagens na guerra.
Apesar de trazer vários acertos, é inegável que algumas subtramas do episódios não parecem tão interessantes para o enredo da temporada, mas elas servem, ao menos, para preencher pequenas lacunas do episódio. Se são interessantes, ou não, o importante é que no contexto daquele momento elas não eram totalmente descartáveis.
“The Big Scary U” é um episódio levemente movimentado, que consegue se resolver sem tropeçar em um ritmo cadenciado, mas que traz, principalmente, o desenvolvimento que The Walking Dead precisava ter dado há muito tempo para o seu antagonista. Assim, nem sempre é necessário que a história se venda ao entretenimento, com episódios cheios de cenas e frases de efeito, para fazer com que o carisma dos seus personagens seja sentido pelo público. O que “The Big Scary U” deixa de melhor é a consciência de há muito mais do que uma personalidade brutal e badass por traz de Negan – novamente em uma interpretação ótima de Jeffrey Dean Morgan.
Avaliação
[yasr_overall_rating size=”medium”] (Bom)