Time for After fez o possível para preparar campo para o último episódio do ano
Logo na reta final, ou melhor, no episódio que prepara o campo para os últimos 45 minutos de The Walking Dead em 2017, talvez não seja muito inteligente dar um grande espaço de tela para um personagem pouco quisto pelos fãs. Eugene seria, talvez, o personagem que menos poderia oferecer algo de interessante para a série nesse momento, que opta por desenvolver um personagem menor ao invés de dar espaço para conflitos mais interessantes.
Apesar de dar o que todo mundo já sabia em relação a sua pouca profundidade – um cara que busca apenas sobreviver fazendo aquilo que é necessário para manter isso, dentro das suas limitações físicas e morais -, Eugene (Josh McDermitt) conseguiu que Time for After se tornasse um episódio interessante. Com Rick (Andrew Lincoln) resolvendo seus problemas com o povo da sucata e confrontando novos, criados por Daryl (Norman Reedus), Tara (Alanna Masterson), Michone (Danai Gurira) e Morgan (Lennie James), o sétimo capítulo da temporada entregou o que precisava: avanço.
A evolução não se trata da qualidade da série como um todo, ela se restringe apenas a história que avança semana a semana. Mesmo explorando conflitos particulares de alguns personagens, este é um ponto positivo da oitava temporada de The Walking Dead até aqui, a sua capacidade de fazer com que sua trama principal se movimente para frente a cada semana – sendo pouco ou não, todo episódio trouxe um passo adiante. Apesar disso, avançando ou não, isso também não significa que precisamos ser coniventes com o que a série nos apresenta. Desenvolver um personagem, um conflito, e uma história, tudo ao mesmo tempo, não é um trabalho muito fácil.
Ao bem da verdade Time for After consegue equilibrar isso e manter tudo interessante, mas o episódio ainda deixa claro uma incapacidade evidente de The Walking Dead na sua oitava temporada em não apresentar nenhum tipo de emoção. O desgaste da série, que precisa se reinventar urgentemente, fica cada vez mais pesado em cima da história. Mesmo se mantendo interessante e deixando claro para onde a sua história precisa se encaminhar, falta algo que faça o público se empolgar novamente, e essa tarefa é única e exclusivamente carregada pelo próximo episódio, que é também o último da série em 2017. Tudo isso soa contraditório, pois desde a season premiere da atual temporada, The Walking Dead claramente está dando uma abordagem que exalta o lado emocional do conflito. No entanto, essa emoção parece não conseguir passar da tela da TV.
Apesar de estar evidente que falta algo para aproximar o público da série novamente, The Walking Dead ainda consegue se mostrar capaz de mostrar o peso que a Guerra Total tem em cima dos seus personagens. Há diferentes pontos de vista e perspectivas dentro desse grande conflito, que mesmo em união das comunidades, mostra que o fardo e as dores do passado recente são grandes ao ponto desses personagens fazerem de tudo para que esse pesadelo chamado Negan (Jeffrey Dean Morgan) tenham um fim. Mesmo que as vezes pareça birra de alguns personagens, o roteiro da temporada é eficiente neste quesito, mas ainda carece de consequências mais sérias dentro da história.
Para o seu último episódio, The Walking Dead precisa fazer algo que deixe o seu público, agora um pouco menor, com vontade de voltar a assistir a oitava temporada quando a mesma retornar, provavelmente em fevereiro. Além disso, o roteiro precisa ser ousado e arriscar mais, pois personagens fortes não faltam dentro da série, porém, The Walking Dead precisa voltar a usá-los como um benefício próprio, e não como enrolação – ficar investindo em personagens pequenos que pouco importam e menos ainda tem a agregar, não é melhor saída, muito menos valorizar plots que não se mostram importantes, como a volta patética de Morales.
Avaliação
[yasr_overall_rating size=”medium”] (Bom)