The Walking Dead
Reprodução/Banco de Séries

The Walking Dead escolheu não desenrolar a sua história central no episódio exibido no último domingo (1º de abril). Mas para compensar a paciência do seu espectador, a série resolveu tirar as pedras que ela mesma colocou no próprio sapato, afim de se ver livre de qualquer rodeio nos seus dois últimos episódios – que precisam, de uma vez por todas, encerrar a Guerra Total.

Still Gotta Mean Something” é um episódio isolado, mas bem movimento dentro do seu recluso plot. Nele, vemos que a série preferiu não perder tempo com mais um despedida. A possível morte de Tara (Alanna Masterson) não acontecerá – saiba mais no artigo do episódio anterior -, pelo menos por enquanto. Apesar disso, e talvez esse seja um olhar positivo sobre o episódio, o programa optou por resolver de imediato o desaparecimento de Henry, o jovem que na semana passada facilitou a fuga dos Salvadores reféns de Hilltop. No entanto, além de resolver isso, “Still Gotta Mean Something” colocou Carol (Melissa McBride) de volta aos holofotes da série, mesmo que por pouco tempo.

O que mais chama atenção no plot de Carol, são as referências ao passado da personagem. Lá no início da série, quando Sofia desaparece, Carol não teve a oportunidade de salvar a própria filha. Aqui, mesmo que Henry tenha algum significado para a real “salvadora“, ela conseguiu salvar a vida do garoto. Um detalhe, fora do episódio, é que o jovem ator Macsen Lintz é irmão de Madison Lintz, a atriz que interpretou a filha de Carol no início da série.

De outra lado, e inicialmente junto de Carol, Morgan (Lennie James) teve sua sanidade testada mais uma vez e sua busca por sangue foi logo associada com a de Rick (Andrew Lincoln). Contudo, apesar de ser difícil de compreender quem o Morgan se tornou e qual o seu propósito, a série conseguiu lhe colocar em um dilema interessante que, infelizmente, não chega a lugar nenhum. A impressão mais forte que fica aqui, é a de que os roteiristas de The Walking Dead não sabem mais o que fazer com o personagem, por isso a opção de descartá-lo – colocando-o em Fear The Walking Dead – se tornou a mais atraente.

The Walking Dead
Reprodução/Banco de Séries

Still Gotta Mean Something“, como era de se esperar, ainda trouxe mais respingos de consequências da morte de Carl. Rick, neste episódio, precisou se provar novamente ao receber um conflito que o colocou entre o sangue que a sua raiva tanto desejava e a misericórdia, que Carl tanto queria. Apesar do banho de sangue, em cenas que lembraram os bons tempos da série, é provável que exista um Rick antes e depois deste episódio, pois ao ler a carta escrita por Carl, o protagonista pode ter um novo olhar sobre o presente.

Antes disso, e logo ao final do massacre, The Walking Dead colocou Rick em dúvida sobre ele mesmo. Ver o personagem se olhando no espelho, com o rosto coberto de sangue, demonstra que internamente existe um conflito intenso no peito e na cabeça de Rick, que deve decidir nas próximas semanas se a suas atitudes serão vingativas ou misericordiosas diante do embate final contra Negan (Jeffrey Dean Morgan).

Still Gotta Mean Something” dá seguimento ao que deve ser um dos principais pontos positivos da parte dois da oitava temporada de The Walking Dead: a continuidade dos acontecimentos. Se por um lado o episódio prossegue com o sumiço de Henry, por outro ele ainda traz Negan e Jadis (Pollyanna McIntosh) de volta ao foco principal. Porém, mais uma vez no mesmo episódio, The Walking Dead insere personagens em um plot que não chega a lugar nenhum. Jadis, em seu plano de vingança, conseguiu capturar Negan, mas o que ela queria, de fato, fazer com o antagonista não ficou claro.

Jadis, no entanto, pode ter um papel importante no futuro da série. A incógnita sobre o que a personagem faz ou ainda fará é grande, assim como o que havia de tão importante no helicóptero também. A resposta mais fácil a ser seguida é a existência de mais um comunidade, que pode ter ligação com a personagem que foi apresentada recentemente, Georgie (Jayne Atkinson). Sem mostrar exatamente quem ela é, The Walking Dead pode ter deixado a entender que a personagem misteriosa pode ter tantos recursos ao ponto de sobrevoar áreas com um helicóptero.

The Walking Dead
Reprodução/Banco de Séries

Fato é que “Still Gotta Mean Something” não foi um dos episódios mais úteis de The Walking Dead. Muito do que houve aqui não serviu para levar os personagens adiante, colocando-os apenas em uma roda que os deixou exatamente no lugar de onde saíram. Porém, alguns pontos serão importantes para o desenvolvimento da série no final desta temporada e no início da próxima.

Apenar de canastrão e apelativo – como se estivesse pedindo de joelhos para o espectador assistir o episódio do próximo domingo -, o final de Negan foi bastante intrigante e serviu para aguçar o público. Este certamente ficou curioso para saber quem Negan encontrou no caminho de volta para casa – Laura seria uma boa opção, já que estava desaparecida, além de ser uma peça importante para Negan saber que Dwight (Austin Amelio) é o traidor do Santuário.

Os dois últimos episódios de The Walking Dead devem servir para que Negan coloque ordem na casa, agora consciente sobre os atos de Simon (Steven Ogg), e para que a série encerre de vez a duradoura Guerra Total. Mas, pelo menos, poucas questões ainda estão em aberto na história, o que deixa o caminho dos desdobramentos ainda mais fácil de ser percorrido – principalmente agora que alguns personagens se tocaram que Eugene está reabastecendo o estoque de balas do Salvadores, sendo a sua morte, enfim, uma opção para o grupo de Rick.