Com os elementos e rumos certos, retorno de The Walking Dead é mais do que satisfatório. Depois de alguns meses e muitas controvérsias, The Walking Dead retorna com um bom episódio. “Rock in the Road” foi eficiente em vários sentidos, mas principalmente em traçar um rumo e objetivo aos personagens sem esquecer dos perigos que os rodeiam. Sendo assim, seguindo a linha da primeira parte da temporada, Negan (Jeffrey Dean Morgan) não precisa estar presente para que sua presença seja sentida e temida pelos personagens.
O novo episódio chega com um ritmo mais cadenciado, que inicialmente pode incomodar, e com uma proposta clara que rumar a preparação da guerra. Rick (Andrew Lincoln) voltou a ser o verdadeiro líder dos sobreviventes, resgatando a esperança em tempos sombrios. Unidos por um objetivo, a química dos personagens está como há algum tempo não era, todos trabalhando em harmonia em prol de um bem maior – ainda assim cada um têm suas próprias motivações para estar ali, de acordo com o que foi desenvolvido na primeira metade da temporada.
A abertura, com Padre Gabriel (Seth Gillian) guardando os mantimentos e as poucas armas de Alexandria, e por fim indo embora com um acompanhante misterioso ainda não faz sentido – algo que deve ser explicado em um episódio futuro, desde que não seja apenas para encher linguiça. Apesar de ainda não apresentar um motivo claro, a ação Gabriel e seu cúmplice, ou a pessoa que o forçou a fazer, serviram para dar mais uma opção à Rick e a sua buscar por aliados na guerra contra os Salvadores.
“Rock in the Road” também trouxe, da forma mais prática possível, o aguardado encontro entre Rick e Rei Ezekiel (Khary Payton), porém, o acontecimento foi longe do que se esperava. Com um roteiro que tornou a ambientação de Ezekiel mais formal do que todo o episódio que apresentou o personagem, as conversas entre ele, Rick e o grupo foram rápidas, como se o roteiro quisesse terminar logo com o encontro dos dois personagens – somando com a sempre péssima colaboração de Morgan (Lennie James), que sempre encontra um jeito de estragar alguma coisa. Relacionado a isso, há também a participação de Carol (Melissa McBride) no episódio, que pode ser resumida como um fan service para quem estava com saudade da personagem.
Ainda sem saber o que aconteceu com Gleen (Steven Yeun) e Abraham (Michael Cudlitz), Carol continuará isolada, mas com certeza isso chegará aos ouvidos dela, e a personagem terá uma participação importante para convencer Ezekiel e o Reino de entrarem na briga contra os salvadores. Isso reforça que o roteiro não pode mais perder tempo quanto a guerra, pois a primeira metade da temporada fez o que era necessário para trabalhar a motivação de todos os personagens quanto a isso, tanto que eles já estão decididos à ir enfrentar o Negan.
Por já estar em sua sétima temporada, é complicado criar, sempre, um fato novo em seus episódios, mas sem sombra de dúvidas Rock in the Road trouxe um dos momentos criativamente mais incríveis do programa. A cena em que Rick e Michone (Danai Gurira) ligam os carros, interligados por um cabo de aço, e a acabam com boa parte de uma horda de zumbis foi impressionante. Além disso, é preciso ressaltar que a tenção/apreensão criada antes disso, quando o grupo desarmava os explosivos, só colaborou com o melhor momento do episódio.
Como citado no início da crítica, a ameaça que rodeia os personagens não foi esquecida, e no final do episódio os Salvadores deram o ar da graça em Alexandria à procura de Daryl (Norman Reedus) – que depois de muito tempo voltou a falar. A cena aconteceu para deixar claro, que ninguém fica de fora do radar dos vilões e para mostrar que os Negans da vida também sabem colocar medo nas pessoas – pelo menos essa era intenção, e isso não quer dizer que tenha funcionado.
Por fim, com a descoberta da pista de Padre Gabriel (Boat, aka barco), que levou Rick e o grupo de volta ao barco onde ele e Aaron (Ross Marquand) acharam os suprimentos para dar ao Negan. O fato é que o padre poderia saber sobre isso, o que não seria nenhuma surpresa, mas a questão é o por que e com quem ele fez isso. Seria mais uma ligação com o grupo do lixão que apareceu no final do episódio? Aliás, a cena final com Rick abrindo o sorriso ao ver um grupo cheio de armas cercando ele e os seus companheiros, não poderia ser melhor para o protagonista. Há muito tempo Rick não ficava tão esperançoso e a oportunidade que ele viu em recrutar novos membros para o seu exército ficou totalmente evidente no final do episódio.
Com novas perguntas que precisam de respostas, The Walking Dead retornou com um episódio sólido e que encaminhou o plot da segunda metade da temporada. O ritmo, um pouco lento no começo, mostrou que o roteiro não pretende perder tempo com pequenas coisas. Ao contrário disso, a série caminha normalmente para concluir um dos grandes arcos que iniciou. Em suma, “Rock in the Road” foi o episódio que o retorno de The Walking Dead precisava para encaminhar sua história.
Avaliação
[yasr_overall_rating size=”medium”] (Bom)