Review com spoilers
Resumo: “The Damned mostrou o grupo de Rick (Andrew Lincoln) divido em núcleos, travando pequenas batalhas contra os postos avançados e também refugiados dos Salvadores. Aaron (Ross Marquand) e parte do grupo atacaram uma pequena resistência dos Salvadores. Ezekiel (Khary Payton) e Carol (Melissa McBride) lideraram outra frente de ataque, enquanto procuravam um fugitivo. Enquanto isso, Rick e Daryl (Norman Reedus) partiram em busca de mais armas, e acabaram encontrando uma grande surpresa no caminho.”
The Walking Dead parece, aos poucos, estar voltando aos seus tempos de glória. “The Damned” trouxe ação, as primeiras consequências da guerra e um objetivo para a série, que em diversos momentos parecia estar vagando em círculos durante as suas temporadas anteriores.
“The Damned” apresentou momentos de uma tensão deliciosa que The Walking Dead já havia mostrado outras ocasiões. O clima do episódio oscilava entre os tiroteios desenfreados dos confrontos e momentos estratégicos durante as invasões, que elevavam ainda mais o nível dessa tensão. O melhor disso, é como o episódio deu continuidade a season premiere – que apresentou um início mais cauteloso para a temporada, focando em emoções e referências por ser o 100º episódio da série, tendo (ainda) como missão apenas trazer o anúncio do início da guerra.
Com o segundo episódio fica muito mais fácil de afirmar: a Guerra Total realmente começou. Com o início dos confrontos é óbvio que baixas começariam a aparecer, e era ainda mais evidente que personagens de pouca expressão seriam os primeiros a cair. Foi isso, que, basicamente aconteceu em “The Damned“. O que se destaca, além da ação frenética que tornou o episódio envolvente, é a intensão emocional que The Walking Dead apresenta neste início de temporada.
O episódio apresentou novamente um forte apelo emocional, mostrando como essa guerra e tudo o que está em jogo acabam mexendo com os personagens – vide a cena em que Rick descobre que matou o pai de uma bebê, que estava lutando para defender a vida a filha. Não há glamour nos confrontos, até o momento eles também não foram viscerais, mas é admirável a consciência que a série apresenta neste início de temporada. Depois de tantos tropeços e episódios questionáveis, entre outros desnecessários, é bom ver que The Walking Dead amadureceu as suas ideias e trouxe, até aqui, um roteiro sólido e que sabe muito bem o que quer no oitavo ano do programa.
É claro, também, que os 16 episódios desta oitava temporada não darão seguimento a essa ação que predominou em “The Damned“. The Walking Dead não começaria uma guerra com o principal grupo de vilões da série sem explorar os dois lados do conflito. Foi assim que aconteceu com o Governador e Woodbury, e é assim que deve ser com Negan (Jeffrey Dean Morgan) e os Salvadores. Apesar disso, por enquanto, é preciso aproveitar a ação para depois ser capaz de entender a hora de tirar o pé do acelerador.
Apesar de ser um episódio quase frenético, “The Damned” não coloca a carroça na frente dos bois. Mesmo com ação e tensão caminhando lado a lado, o episódio tinha a principal missão de dar seguimento aos primeiros confrontos que dão início a chamada Guerra Total, além de mostrarem as consequências que isso ainda pode trazer. Além disso, o episódio ainda é um reflexo do que faltava em The Walking Dead: mais de um núcleo por episódio. Com isso, a série consegue ter um desenvolvimento mais dinâmico em uma narrativa envolvente.
No fim, o episódio trouxe visões interessantes dos seus personagens, que fazem o que precisam fazer para vencer essa guerra – uma consequência direta do amadurecimento do roteiro. Apesar de trazer todos esses elementos funcionando tão bem no episódio, “The Damned” ainda reservava uma surpresa interessante para o final. Morales (Juan Gabriel Pareja), que antes de Rick e companhia partirem para Atlanta foi embora com a família, apareceu, apontando uma arma em direção ao Rick e dizendo que já havia chamado os Salvadores.
A volta de Morales, é claro, adiciona ainda mais perigo na trama da oitava temporada, já que agora temos um Rick aparentemente sem saída. No entanto, antes que qualquer resolução apareça, o ressurgimento de Morales é aquele cliffhanger que acontece apenas para deixar o espetador ansioso pelo próximo episódio.
Com um ótimo episódio, The Walking Dead deixa um rastro de esperança, não apenas na luta contra os vilões, mas principalmente em relação a uma temporada que inicia com o pé direito. Apesar de ter exibido apenas dois episódios, The Walking Dead está cumprindo com a sua parte ao mostrar um início de guerra eletrizante, em uma temporada cada vez mais promissora. E claro, a série não deixa de lado a influência do fator emocional durante esses confrontos – mesmo que em pequenos detalhes, The Walking Dead acerta em cheio ao enfatizar esse contexto.
Avaliação
[yasr_overall_rating size=”medium”] (Ótimo)