Imagem: Divulgação/AMC
Imagem: Divulgação/AMC

Resumo do episódio: “Mercy mostra os primeiros passos de Alexandria, Reino e Hilltop na guerra contra Negan e os Salvadores. No episódio, vemos que alguns dos personagens estão dispersos em locais estratégicos, eliminado alguns Salvadores que vigiam estes pontos próximos ao Santuário de Negan. Além disso, o episódio mostra também os discursos motivadores de Rick, Ezekiel e Maggie antes da primeira batalha da guerra. Mercy marca o 100º episódio de The Walking Dead e carrega, ainda, algumas referências nostálgicas da série. O episódio ainda destaca uma visão nebulosa, como um sonho, ou desejo, de um futuro pós-guerra em um mundo em reconstrução.”

O 100º episódio de uma série é sempre um marco dentro da sua própria história, além de ser extremamente significativo para os fãs. The Walking Dead estreou sua oitava temporada em um clima bastante cauteloso. Mercy (título do episódio) trouxe apenas os primeiros movimentos das batalhas que serão travadas durante o novo ano da série, e o motivo parece óbvio: não gastar tudo o que tem logo de cara, para evitar episódios desnecessários – como aqueles extremamente cansativos dos anos anteriores. Mas antes de mais nada, The Walking Dead acertou em fazer de Mercy o seu 100º episódio.

Tratando-se de um episódio tão significativo, Mercy reservou alguns momentos de nostalgia para os fãs apresentando pequenas referências e refazendo, quase que igual, uma cena emblemática da série – quando Rick (Andrew Lincoln) tem o seu encontro com a criança zumbi no posto de gasolina, mas neste caso, Carl (Chandler Riggs) foi quem protagonizou o momento. Houve também a menção de Maggie (Lauren Cohan) quando disse que estava lutando desde a fazenda. Neste momento ainda chamou a atenção o diálogo entre os dois, em que Rick, por fim, diz para Maggie: “Bom, depois disso, eu que esterei seguindo você.“.

Combinado a esse tom nostálgico, Mercy dividiu o seu clima de outras duas maneiras, uma exaltando a esperança em um mundo melhor e a outra reforçando a tensão e o perigo que o início desta guerra, sem volta, representa para todos os envolvidos. Narrativamente o episódio foi consideravelmente confuso, e levemente problemático. O desenvolvimento não linear dos acontecimentos pareceu atrapalhado, e por vezes pode ter dificultado o entendimento do público. As indas e vindas no tempo – ou no sonho/desejo de Rick – foram estranhas e subjetivas. No entanto, os flashes nebulosos de um possível futuro utópico pós-guerra – seja ele real ou fruto imagético de Rick – pode ser interpretado de diversas maneiras, mas certamente é algo que será abordado, ou relembrado, mais vezes durante a temporada.

Imagem: Divulgação/AMC

Dentro disso, as elipses temporais que mostraram Daryl (Norman Reedus) levando uma horda de walkers rumo ao Santuário, dificilmente aconteceria tão rápido – porém, é possível entender com certo esforço, que a movimentação de Daryl, Carol (Melissa McBride), Morgan (Lennie James) e Tara (Alanna Masterson) aconteceu antes de Rick visitar a casa de Negan (Jeffrey Dean Morgan), ao mesmo tempo em que o episódio deixa entender que tudo ocorreu na mesma faixa de tempo, estabelecendo de vez o problema.

O episódio de estreia optou pelo caminho mais econômico e cumpriu com as expectativas moderadas que gerou após a discutida, e tida como decepcionante, temporada passada. Ao bem da verdade, Mercy foi estratégico ao colocar em prática os planos que devem ter sido discutidos, sem que houvesse a necessidade de mostrar os personagens reunidos e pensando no que deveriam fazer. Em suma, o objetivo do episódio foi ir direto ao ponto mostrando que a guerra realmente começou, reforçando que os personagens embarcaram em um caminho sem volta no momento em concretizaram o primeiro ataque.

Imagem: Divulgação/AMC

Mercy não foi um episódio empolgante, mesmo em suas cenas de ação o clima de cautela do roteiro permaneceu forte e determinado. Por sua vez, a série parece caminhar novamente a passos pequenos, com o objetivo de construir um grande campo de pequenas batalhas que culminam em um embate final explosivo. O tom de emoção também prevaleceu durante todo o episódio, como uma homenagem aos fãs e todo o momento emblemático que viveram ao acompanha o centésimo episódio de The Walking Dead.

Sem deixar de fora as dedicatórias finais a John Bernecker, dublê que morreu após um acidente durante as filmagens da oitava temporada (saiba mais) e ao grande George Romero (que também morreu este ano), um dos nomes mais importantes do cinema moderno e a maior influência de Robert Kirkman ao criar a série de quadrinhos adaptada para a TV, The Walking Dead abre a sua temporada confirmando que a Guerra Total enfim começou.

Avaliação

[yasr_overall_rating size=”medium”] (Muito bom)