Arte de Superman: Legacy. | Imagem: Divulgação / DC Comics.
Arte de Superman: Legacy. | Imagem: Divulgação / DC Comics.

“[…] como muitos de vocês já sabem, a DC está desconectada do cinema e da televisão há muito tempo”, começou James Gunn no vídeo intitulado “Chapter 1: Gods and Monsters” publicado nas redes sociais da DC Comics no início da tarde desta terça-feira, 31. O material traz uma série de anúncios, que ocorreram em uma conferência para a imprensa onde Gunn e Peter Safran, os novos chefes da DC Studios, revelam os novos rumos do universo cinematográficos de heróis (DC Universe, ou DCU) da Warner Bros. Discovery.

O anúncio mostra o caminho que será seguido pelo DCU a partir de agora e começa dividindo os títulos do estúdio em dois selos: 1) DC Studios: neste estarão concentrados todos os filmes, séries, animações e jogos que integram o universo contínuo dessas histórias; 2) obras como The Batman, de Matt Reeves, e o Joker: Folie à Deux, de Todd Phillips, que não compõe o universo compartilhado, farão parte do selo DC Elseworlds, ou Outros Mundos em tradução livre, dedicado a produções com classificação adulta e a histórias independentes.

Para mostrar os rumos que serão seguidos a partir de agora, Gunn e Safran anunciaram 10 projetos, cinco filmes e cinco séries (o que inclui ainda uma animação), que darão início ao chamado “Capítulo 1”. “Estamos entrando em um mundo onde os super-heróis existem e existem há algum tempo de uma forma ou de outra, e esse é o universo”, afirmou James Gunn no texto publicado pela DC Comics. Na matéria, Gunn ainda diz que a ideia é semelhante a do Marvel Studios, mas segundo o co-CEO da DC Studios eles são “muito mais planejados do que a Marvel, porque reunimos um grupo de roteiristas para trabalhar a história completa”.

Embora títulos como Shazam: Fúria dos Deuses, The Flash e Aquaman 2 ainda não tenham sido lançados, os pontos de partida desta nova fase devem começar com The Flash, descrito como “um filme fantástico” por James Gunn no vídeo de anúncio. O cineasta ainda disse que o longa-metragem de Andy Muschietti é “um reset que define todo o Universo DC”. Mas o grande título que dará início de fato a esse novo momento do estúdio é “Superman: Legacy”, com previsão de lançamento para o dia 11 de julho de 2025.

Segundo Peter Safran, não se trata de um filme de origem do Homem de Aço, “ele se concentra no Superman equilibrando sua herança kryptoniana com sua educação humana”. O longa está sendo escrito por James Gunn, e há expectativa de que ele também assine a direção. Para Safran, que também é co-CEO do estúdio, “Superman representa a verdade, a justiça e o jeito americano. Ele é bondade em um mundo que pensa em bondade como algo antiquado”.

Assista ao vídeo de James Gunn sobre o DC Studios:

Caminhão de anúncios

Antes de pensar em falar novamente em Liga da Justiça, o DC Studios já tem o seu primeiro filme de equipe confirmado: The Authority. A Autoridade, em tradução livre, apareceu pela primeira vez nas histórias em quadrinhos em 1999. A equipe é uma nova versão da Stormwatch, grupo de seres superpoderosos que protegiam a Terra e obedeciam as Nações Unidas (NU).

Quando as NU acabam, Jenny Sparks (que integrou o Stormwatch) reuniu membros antigos da equipe para seguir o trabalho de defesa do planeta. A diferença é que sem o comando das NU, o grupo não precisava se preocupar com questões políticas e éticas, sendo eles a sua própria “autoridade”. James Gunn também trabalha no desenvolvimento deste projeto e disse: “este é um dos meus projetos de verdadeira paixão. Eu tenho trabalhado muito nisso com os roteiristas e estamos começando a juntar toda a história. Este é um grande filme”.

Segundo Gunn, o grupo é composto por personagens bem intencionados que “[…] acham que o mundo está completamente quebrado e a única maneira de consertá-lo é fazer as coisas com as próprias mãos, quer isso signifique matar pessoas, destruir chefes de estado, mudar governos”. A Autoridade é também o tipo de história e personagens que Gunn gosta de trabalhar. O cineasta comandou os três volumes de Guardiões da Galáxia (cujo terceiro estreia no próximo mês de maio) e o recente O Esquadrão Suicida (2021).

Outro filme anunciado por Gunn e Safran é “The Brave and the Bold” (O Bravo e o Ousado, em tradução livre). Trata-se do filme que vai inserir o Batman no novo DCU, mas a história do longa-metragem não será sobre o Homem-Morcego, e sim do filho que ele não sabia que existia: Damian Wayne. O garoto, criado para ser um assassino, é um dos responsáveis por assumir o manto do Robin nas histórias em quadrinhos e animações da DC. Segundo Safran, o projeto apresentará outros membros da chamada “Bat-família”. Além disso, é provável algum envolvimento de Ben Affleck por trás das câmeras.

Ben Affleck como Batman, em Batman vs Superman – A Origem da Justiça.

Segundo James Gunn, Affleck está trabalhando com a equipe responsável por juntar todas as peças do quebra-cabeças desse novo universo. Gunn ainda disse que Ben Affleck “realmente quer dirigir um de nossos projetos”.

O quarto filme anunciado trará para os cinemas a prima de Superman. “Supergirl: Woman of Tomorrow” (Mulher do Amanhã em tradução livre) trará Kara Danvers para o universo DC. Diferente de Clark, Supergirl viveu em uma parte afastada de Krypton durante 14 anos, período em que presenciou momentos muito duros e cruéis, fazendo com que ela tenha uma postura diferente em relação ao Homem de Aço. O desenvolvimento da história conta com o apoio de Tom King, autor da história homônima da personagem.

Já o último projeto é sobre Swamp Thing, na verdade trata-se de um filme de terror protagonizado pelo Monstro do Pântano, sendo também um reboot para o personagem que teve uma série exibida recentemente. De acordo com Peter Safran, “este é um filme que investigará as origens sombrias do Monstro do Pântano”.

Televisão e animações

Um dos títulos mais aguardados pelos fãs da DC está ligado ao Lanterna Verde, um dos personagens mais queridos da editora. Há muitos anos sendo especulado e até mesmo desenvolvido, o projeto sairá do papel. “Lanterns” é uma série da HBO Max que contará com John Stewart e Hal Jordan como protagonistas.

Na história, a dupla investigará um mistério importante para o universo compartilhado da DC, algo que será responsável por interligar outras informações centrais para o Capítulo 1 do DCU. “Isso leva à história geral que estamos contando ao longo dos diferentes filmes e programas de televisão. Encontramos esse horror antigo na Terra, e esses caras são basicamente super policiais”, disse James Gunn.

Outro projeto televisivo que está sendo desenvolvido é um spin-off de Peacemaker (Pacificador): Waller. A série vai acompanhar a personagem vivida por Viola Davis, Amanda Waller, e contará com personagens já conhecidos da série do Pacificador (John Cena). Christal Henry (Watchmen) e Jeremy Carver (Doom Patrol) são os responsáveis pelo desenvolvimento.

Creature Commandos é a única animação anunciada entre os projetos. A série, que já tem os roteiros finalizados, é escrita por James Gunn. Durante o anúncio, Gunn revelou a primeira arte do seriado, já mostrando como serão os personagens principais. Veja a seguir:

(da esquerda para a direita), Rick Flag, Nina Mazursky. Doutor Fósforo – um vilão do Batman – , Eric Frankenstein, A Noiva de Frankenstein – que é a protagonista -, GI Robot e Weasel. | Imagem: Divulgação / DC Comics.

A quarta série anunciada é “Booster Gold“, protagonizada pelo Gladiador Dourado. A história mostrara um homem do futuro que usa tecnologias do seu tempo para ser um herói no presente. Na época em que vive, ele é um perdedor e por isso James Gunn descreve a série como “a história da síndrome de impostor de um super-herói”. Sem revelar nenhum nome, o co-CEO do DC Studios afirmou que já existem conversas com um ator específico para o papel.

Por fim, “Paradise Lost” (Paraíso Perdido em tradução livre) trará as Amazonas de Mulher-Maravilha para as telas da HBO Max. O projeto se passa antes do primeiro filme da heroína vivida por Gal Gadot. De acordo com Peter Safran, o seriado será uma espécie de Game of Thrones das Amazonas, “isso envolve toda a escuridão, drama e intriga política por trás dessa sociedade só de mulheres”, afirmou. Trata-se de uma história de origem das Amazonas e de como surgiu a sua sociedade. A trama é situada muito antes do nascimento da Mulher-Maravilha.

Outros projetos seguem em desenvolvimentos pelo DC Studios, mas James Gunn e Peter Safran ainda não revelaram informações sobre eles. Segundo a dupla de presidentes do estúdio, as novidades de hoje são apenas o começo da nova fase do DCU.