Na quarta-feira, 26 de novembro de 2025, os primeiros episódios do início do fim de Stranger Things chegaram ao streaming. Deixando os números de lado, a série é o maior sucesso do serviço de assinatura, afinal, existia uma Netflix antes e agora, depois do seriado, há outra.
Nos novos episódios, o público acompanha o grupo de personagens no outono de 1987 em Hawkins. A cidade segue abalada e modificada depois de tudo o que aconteceu no ano anterior. Lucas (Caleb McLaughlin), Dustin (Gaten Matarazzo), Mike (Finn Wolfhard), Will (Noah Schnapp) e companhia seguem empenhados em encontrar e acabar com Vecna (Jamie Campbell Bower). Com a presença do exército, que colocou a cidade em quarentena e intensificou as buscas pela Onze (Millie Bobby Brown), o cenário é desafiador, principalmente quando um inimigo conhecido retorna.
Lançada em 2016, Stranger Things demorou quase 10 anos para chegar ao fim. Com parte do elenco começando as gravações ainda no início da adolescência e finalizando a história adultos, os Irmãos Duffer (criadores do seriado) tiveram muitos desafios para fazer com que os personagens ainda fossem vistos como jovens. A missão ainda tinha outros problemas para resolver, como manter a história interessante, como fora na primeira temporada.
Com o passar dos anos, Stranger Things começou a dar sinais de desgaste na história. Núcleos que tinham tramas que se prolongavam em excesso apenas para manter o entretenimento da audiência passaram a fazer parte do enredo. Assim como falsas construções e ameaças de liquidar personagens apenas para brincar com o público também. Com isso, Stranger Things passou a apostar cada vez mais no que tinha a capacidade de mobilizar, ainda mais, a sua audiência.
Esses sinais e escolhas seguem latentes nos primeiros episódios da quinta temporada. Dramaticamente, mesmo levando a história por caminhos que mexem com o emocional dos personagens, Stranger Things tem menos impacto – justamente por utilizar recursos narrativos repetitivos ao colocar os mesmos personagens em situações iguais ou semelhantes a outras que eles já viveram.
O roteiro, em diversos momentos, apela ao exagero para cativar a audiência de alguma maneira. Com isso, punch lines nada surpreendentes também marcam presença no texto do seriado. Neste sentido, a série faz também um resgate da identidade das aventuras e fantasias dos anos 1980. O que falta é o equilíbrio no resgate dessa identidade.
No entanto, se de um lado há o exagero que trabalha em prol do entretenimento da audiência, de outro está o mérito de conseguir manter o vínculo emocional entre público e personagens. Mesmo demonstrando o desgaste do prolongamento da história (o que é natural em casos mais longevos), Stranger Things ainda consegue garantir aos espectadores a diversão da experiência de acompanhar uma boa aventura.
Além disso, acompanhar as subtramas pessoais de alguns personagens, como Lucas e Dustin, segue sendo um trunfo importante para a história. A aposta do último ano está ainda em utilizar personagens que sempre orbitaram os protagonistas de alguma maneira, para amarrar pontas soltas e garantir grandes surpresas para o público. É com esse laço emocional que Stranger Things consegue levar seus espectadores para dentro da sua história uma última vez.
Com momentos grandiosos em escala e significado, Stranger Things vai surpreender os espectadores com seus desdobramentos. A preocupação dos Duffers é justamente cativar a audiência, levar o público para mais uma grande aventura e, até o fim, alimentar ainda mais teorias que tornam a experiência coletiva mais prazerosa.
Os primeiros quatro episódios da quinta temporada de Stranger Things já estão disponíveis na Netflix. Abaixo, veja as próximas datas e quantidades de capítulos que vão encerrar a história.
- Volume 1: 26/11 (quatro episódios já disponíveis)
- Volume 2: 25/12 às 22h
- Final: 31/12 às 22h
Assista ao trailer de 5ª temporada de Stranger Things
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