Imagem:Divulgação/ Paris Filmes
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O filme que estreia dia 09 deste mês apresenta uma premissa muito parecida com a do seu primogênito em 2013, mas tem uma construção muito diferente, mais envolvente, mas que não se sustenta por completo. Com duração de quase duas horas, Truque de Mestre – O Segundo Ato, acaba se tornando um pouco cansativo durante o desenvolvimento da história, mas repete muito bem suas reviravoltas, renovando assim o fôlego da trama.

Não há nada de especial, muito menos algo novo na trama de O Segundo Ato, poucas novidades (no caso apenas Daniel Radcliffe e Lizzy Caplan) acabam sendo positivas no filme. Radclliffe interpretou Walter, vilão secundário da trama, que na verdade não deixa isso claro. Foi bom ver o ex-bruxo a vontade em um papel, uma pena é que Walter é uma espécie de gêmeo do mal de Daniel Atlas (personagem de Jesse Eisenberg) só que sem fazer “magia” e usando a ciência ao seu favor.

O filme apresenta alguns buracos em sua história, sendo o principal deles em relação ao final do filme anterior, que dava a entender que o Dylan Rhodes ficava sozinho em casa, e morava apenas com o pai. Depois da morte do pai ficava órfão. Porém o início de o Truque de Mestre – O Segundo Ato nos leva na noite em que o incidente aconteceu e descobrimos que Rhodes tinha mãe e que ele não ficou em casa naquela noite, desmentindo o que nos foi mostrado com o fim do filme anterior. 

Imagem:Divulgação/ Paris Filmes
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O filme tem uma narrativa interessante, que só não envolve mais pela longa duração e por ter alguns nuances que quebram a expectativa dos fatos. É interessante ver que dessa vez Os Cavaleiros foram definitivamente os protagonistas do filme, mas em certo ponto também não eram. Não há como negar que Truque de Mestre O Segundo Ato é um filme com muitos personagens e mesmo com uma certa experiência, por causa do primeiro filme, já podemos ver que Jon M. Chu não aprendeu a usar completamente esse núcleo cheio de gente. 

Particularmente não gosto de mágica e nem de ilusionismo, não vejo graça em números tão previsíveis, e ao saber de uma continuação de Truque de Mestre esperava algo simplesmente genial, que se tratando do cinema a criatividade para algo do gênero não deveria ter limites. Em nenhum momento o filme me surpreendeu em relação ao seus números e Truques, todos foram muito previsíveis e aqueles que enxiam os olhos tinham uma explicação lógica muito simples. Isso é um erro em Truque de Mestre – O Segundo Ato, como disse a criatividade para um longa-metragem como esse não deveria ter limites, mas o que vi foi algo extremamente limitado, que mostrava ilusões facilmente decifráveis.

A surpresa das ações foi apenas na ordem em que ocorreram, pois o roteiro é bom, desenvolve bem, mesmo ficando cansativo em certos momentos, e a forma como a história é narrada também é interessante. Apesar de não ter gostado tanto do filme, mas o suficiente para ser um pouco melhor que o primeiro, Truque de Mestre – O Segundo Ato possivelmente irá repetir o sucesso de 2013, pois é um filme que enche os olhos do público, que cativa os espectadores com suas viradas extravagantes. O público no geral irá gostar do longa, mas quem quer uma história ótima, ou, quem espera um filme maravilhoso poderá se decepcionar um pouco, pois mesmo sendo bom por algumas qualidades singulares, Truque de Mestre – O Segundo Ato não é tudo isso.

Truque de Mestre 2 - Morgan FreemanMorgan Freeman é um gênio, rouba a cena em qualquer papel, fazendo narrações e revelando segredos interessantes ao longo de todo o filme e com uma boa deixa para um Ato Final de Truque de Mestre, que pode ter mais uma história para ser contada. É interessante ver esse final e imaginar o enredo de um terceiro filme sendo tirado da roda de uma nova vingança e sendo colocado em uma busca ao tesouro. O impressionante é que caso o terceiro filme seja confirmado como o último, fechando a trilogia, a trama já é bem previsível e o que pode vir acontecer também. 

Dave Franco (irmão mais novo de James Franco) ainda não desencantou, mostra algumas limitações em sua atuação, que se fazem muito parecidas com o que vimos nos dois filmes de Vizinhos. Lizzy Caplan funciona bem como um alívio cômico, mas claramente a intenção era usar ela como interesse romântico de Franco. Hood Harrelson mostra também que é um ótimo ator, mas tem um personagem muito centralizado e que não apresenta grandes variações, mas mesmo com dois papéis no filme o ator se destaca devido a qualidade. Por outro lado Jesse Eisenberg se mostra um ótimo ator, quando interpreta personagens nervosinhos, cheios de tiques com os dedos e de fala apressada. Estou querendo ver ele interpretar algo diferente disso porque até agora é só mais do mesmo. Truque de Mestre mais uma vez falha no aproveitamento de seus personagens, que tem bom desenvolvimento, mas seus potenciais são muito subestimados e que por conta da criatividade dos números acabam sendo limitados.

Não é um dos meus filmes favoritos, nem dos que mais me agrada, admito que visualmente ele conquista, mas a história deixa a desejar, sendo assim tenta puxar os personagens pelos pés para caiam junto com ela. Truque de Mestre – O Segundo Ato deveria ser bem melhor, pois tentou tapar todos os erros e buracos do primeiro filme, mas nessa tentativa deixou outros pelo caminho.

Nota do autor para o filme:

[yasr_overall_rating size=”medium”]