Imagem: Divulgação/ Sony Pictures
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O tema de Águas Rasas já não é novidade nos cinemas, longas de suspense ou terror que envolve um tubarão, ou mais, já foram lançados outras várias vezes. Qual o diferencial que este poderia nos trazer? Composição e conceito, são os dois ingredientes que fazer de Águas Rasas uma agradável surpresa.

Ao saber da proposta do longa, obviamente, me veio direto à cabeça vários longa terríveis, que levam o nome ‘Tubarão‘ (seguido de Fantasma, Cruel, e outros adjetivos). Mesmo com esse pensamento não julguei Águas Rasas antes de assistir, e fui com uma expectativa razoável. Não é perfeito, nem tão bom a ponto de ser maravilhoso, mas nos dias atuais a tensão provocada por esse filme, traz um bom diferencial para ele.

A história é extremamente simples, uma mulher vai a mesma praia em que a mãe dela foi quando estava grávida (da garota) há 20 anos atrás. Apenas por querer conhecer o paraíso e pegar algumas ondas. O início é bem interessante, com um bom diálogo em inglês e espanhol, trazendo um momento de descontração que deu um belo alívio para toda a tensão que estava por vir.

É óbvio que o longa é bem previsível, mas na minha opinião a previsibilidade pode estragar e ajudar um filme, e nesse caso ajudou bastante. Mesmo tendo conclusões óbvias, Águas Rasas soube trabalhar muito bem a construção dos seus atos, momentos de tensão e o climax. Para explicar melhor vou colocar da seguinte maneira, por exemplo, você sabe que o tubarão vai atacar a qualquer momento, mas a forma como você constrói a expectativa para esse momento é a grande chave para prender o espectador. Esse é o principal diferencial do filme, mesmo sabendo que tal “coisa” vai acontecer, o diretor Jaume Collet-Serra sabe o que está fazendo e mostra como se constrói um prelúdio.

Imagem: Divulgação/ Diamond Films
Imagem: Divulgação/ Sony Pictures

Sim, as cenas que antecedem os pontos altos do longa são ótimos prelúdios, elas sabem valorizar muito bem os elementos que compõe isso. A filmagem e a montagem do longa estão ótimas, ainda mais porque desempenham um papel muito importante na composição do filme. Algumas cenas tem uma filmagem parecida com as de câmeras Go Pro, fora as cenas que são gravadas com a própria. Outro ponto positivo do longa é sua protagonista, Blake Lively (Gossip Girl, A Incrível História de Adaline). A história, em sua grande parte, foi um monólogo da atriz, com certeza 70% do filme foi só dela. Isso é bom, é o momento em que qualquer ator tem para mostrar sua capacidade. Particularmente já gosto dos trabalhos de Blake Lively, e mais uma vez ela entregou um ótimo trabalho com esse “monólogo”,com cenas que para o filme acabam sendo emblemáticas.

Talvez não seja um longa para entrar para a história, mas entra como um dos principais da atriz, daquela lista que você deve assistir para conhecê-la. Por ser um filme que envolve uma certa solidão, é lógico que teríamos uma relação estilo Chuck e Wilson (Naufrago) durante o longa, para que a história não fique tão cansativa.

Fato é: Águas Rasas é um bom filme, sabe desenvolver muito bem um roteiro super simples, tem composições ótimas e conceitos que cabem perfeitamente para a proposta do longa. O único problema é o final, pois parte da conclusão não fica de acordo com o que realmente aconteceu. Mas realmente, Águas Rasas eleva muito bem os níveis de tensão no cinema e por esse elemento consegue prender a atenção do público deixando você instigado a querer mais doses dessa tensão.

 

Nota do autor para o filme:

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