Imagem: Banco de Séries

Fuller House chega cheia de nostalgia, referências e participações especiais, mas fora isso surpreende apresentando qualidade.

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Estreando as críticas de temporadas aqui no Matinê, vamos começar com a primeira temporada de Fuller House, série derivada do sucesso Full House (Três É Demais) e produzida pela Netflix. A estreia aconteceu há uma semana, na sexta-feira (26/02) tendo a temporada completa – com 13 episódios – liberados. A crítica norte-americana acabou massacrando, e em certo momentos esculachando, a série. Chegaram a levantar a questão: “Como que a Netflix leva um projeto como esse adiante?”, com certeza o pessoal dos Estados Unidos pegou bem pesado, e na minha opinião sem motivo. Tudo bem que Fuller House não é uma série maravilhosa, mas não é tão horrível como eles acham.

As comparações de Fuller com Full House são quase que inevitáveis, e garanto que a derivada não é tão maravilhosa quanto a original, mas mesmo assim a novata tem seus próprios méritos. Trazendo uma nostalgia exuberante, a série teve que criar pontos positivos a partir de sua própria caminhada, com isso quero dizer que a nostalgia causada durante o piloto, que teve quase todo o elenco original reunido, e o restante da temporada com as participações não foram tudo isso. As atuações de John Stamos (Jesse Katsopolis), Bob Saget (Danny Tanner) Dave Coulier (Joey Gladstone), Lori Loughlin (Becky Katsopolis) e Scott Weinger (Steve Hale) em vários momentos – na maioria para falar a verdade – me pareceram forçadas, principalmente do John, Bob e Lori, quando via-os em cena eu falava para mim mesmo “nossa, poderia forçar menos, as pessoas já gostam de ti e vão rir, mas faça algo natural, por favor”. Muitas vezes eles entravam em cena e faziam com os olhos ou com o corpo quase que uma quebra da quarta parde, como se quisessem dizer “vai, ta na hora de rir pessoal”. Por isso, para mim, Fuller House nos seus momentos de independência, ou seja, sem as participação dos antigos protagonistas, se saiu muito bem, trazendo uma leveza e naturalidade em seu roteiro.

Fora esses pontos negativos, o Matt é o único personagem que em alguns momentos também quis provocar um humor forçado, mas não deixou de ser um bom personagem, principalmente porque os momentos em que ele começou a disputa com o Steve – disputando o coração de D.J. – foi bem engraçado. Na verdade não que Fuller House não seja engraçada, mas eu classifico ou qualifico a série como divertida, eu mais me diverti fazendo a maratona do que ri. Esse é um efeito do sitcom, quando ouvimos as risadas no fundo parece que temos que rir junto, só que não. Mas enfim, mesmo que eu esteja criticando o Matt ele foi responsável por causar um grande momento nessa temporada ,que foi aquele beijo louco que a D.J. deu nele quando estava indo embora.

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Isso que eu acabei de falar é muito importante para que Fuller House crie sua própria identidade, mesmo dentro de Full House, no caso falo da série produzir momentos significativos que marquem a sua temporada, como o beijo que citei anteriormente, a primeira lição que o Jackson aprendeu, as epifanias de Max, ou até mesmo os momentos de exaltação do menino, – por exemplo, quando comeu os 1,000 M&M’s vermelhos e ficou extremamente elétrico – os momentos fofinhos do Tommy, principalmente as carinhas que ele fazia quando a Becky trocou a roupa dele várias vezes. Não podemos deixar de lado a alcateia das lobas e o uivo da Kimmy, uma das melhores personagens da temporada, a Steph cheia de trocadilhos ótimos e feitos no momento certo. A D.J. também foi muito bem, but, como já era de esperar ela ficou presa as tarefas de dona de casa e de mãe, mas cresceu nos momentos que teve liberdade, principalmente na boate dançando com a Kimmy, aliás esse foi um dos episódios que eu mais gostei e me diverti, outro momento que marcou as cenas da boate foi a Steph cantando no palco, foi sensacional. E não dá para deixar de falar como é linda a voz da atriz Jodie Sweetin, prova disso foi ela cantando a músicaa da renovação dos votos entre Jesse e Becky, e o novo casamento de Kimmy com Fernando.

A família da Kimmy, constituída por ela, Fernando e Ramona teve alguns momentos bacanas. O Fernando em alguns momentos também pareceu forçar um pouco a barra, mas já era um personagem naturalmente cômico devido o sotaque no inglês, que ao invés de se parecer com espanhol ele se parecia mais com russo. A Ramona demorou um pouco para engrenar dentro da casa dos Tanner, mas quando entrou para valer na história foi bem legal. Achei boa a interação deles com o a parte de fora da casa, antes da estreia eu li alguns comentários de pessoas dizendo que não iriam assistir a série porque seria tudo dentro da casa, para vocês que falaram isso dou-lhes um troféu jóinha porque falou besteira. A série não se resumiu em apenas quartos, sala, cozinha e quintal, alguns lugares foram visitados, incluindo um estádio de basebol, outro episódio que adorei.

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O que fica são bons elogios a essa primeira temporada de Fuller House, série da Netflix com 13 episódios. Como nem tudo é perfeito algumas críticas foram negativas nessa matéria, mas o olhar geral sobre a série é positivo. Nostálgica, divertida e engraçada, são três palavras que resumidamente descrevem Fuller House, que foi um projeto muito bem realizado pela Netflix, ao contrário do que os críticos estadunidenses acharam, a nova versão de Três É Demais teve uma estreia satisfatória e que com certeza a maioria dos fãs que assistiu amou.

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Sou jornalista, fundador e editor da Matinê Cine&TV. Escrevo sobre cinema e séries desde 2014. No jornalismo tenho apreço pelo cultural e literário, além de estudar e trabalhar com podcasts. Além dos filmes e séries, também gosto de sociedade e direitos humanos.