Imagem: Arquivo Pessoal/ Matheus Machado
Imagem: Arquivo Pessoal/ Matheus Machado
Imagem: Arquivo Pessoal/ Matheus Machado

The Walking Dead estreou ontem a sua 7ª temporada. O episódio brutal, perturbador e surpreendente revelou as duas vítimas de Negan. Se você ainda não viu o episódio “The Day Will Come When You Won’t Be” pare de ler a crítica por aqui, pois haverá spoilers do episódio de estreia.

Negan se reafirma como melhor vilão da série baseada nos quadrinhos de Robert Kirkman, de fato Jeffrey Dean Morgan fez algo que pouco se viu na TV americana. O carisma de Negan, mesmo com toda sua vilania, brutalidade, indiferença e tudo mais, é impressionante. O fato de ver o personagem ameaçar os outros de morte, estar literalmente tocando o terror no grupo todo, e ainda ter um sorriso no rosto é genialmente inexplicável. A atuação de Jeffrey Dean Morgan no papel do vilão é fantástica. Com certeza essa participação no elenco regular de Walking Dead é um dos marcos da sua carreira.

Obviamente, Andrew Lincoln não fica por menos, aliás está até a cima da atuação de Morgan, pois Rick nunca teve tantas camadas como neste episódio. É incrível ver tudo o que ele passou em apenas 45 minutos. Os diálogos entre Rick e Negan foram no mínimo intensos, mas totalmente marcantes. O vilão submeteu o protagonista a absurdos, humilhou, pisou, cuspiu e arrastou o personagem, literalmente. O que torna o fato ainda mais marcante é saber da força de Rick e ver ele nesse estado e naquela situação mostra o poder que Negan exerce naqueles que o observam/obedecem. A complexidade do vilão é tanta que ele passa boa parte do episódio tentando fazer o olhar de Rick mudar, quando o mesmo olha para ele. Quem pensa pode até achar que Negan quer que seus submissos tenham admiração por sua força e poder. Mas pelo contrário, a intenção do vilão é de fazer as pessoas sentirem medo, por isso ele acha tão importante causar uma “boa primeira impressão”.

Imagem: Banco de Séries
Imagem: Banco de Séries

O destaque, além da dupla composta pelo protagonista e seu vilão, vai também para as mortes. Estas não surpreenderam, Abraham e Glenn foram um mal necessário. Há muito tempo se reclama o fato de que The Walking Dead não tem coragem de matar personagens importante. Pois então, aí está. Abraham era a morte certa à acontecer, pois os walkers sabem que quando um personagem secundário é aprofundado a sua morte está se encaminhado. Foi assim com Hershel, Beth, Governador, e outros tantos que já se foram. Não houve, exatamente uma motivação na escolha de Negan, na cena fica bem claro o uni-dune-tê que ele faz. Porém, na hora em que ele (Negan) escolhe a vítima, o jogo com os takes individuais acaba deixando a cena um pouco confusa e não se vê um coerência exata no “sorteio” dele. Por outro lado, a morte de Glenn foi uma correção de erro. Infelizmente o personagem deveria ter morrido no início da temporada passada, ou deveriam ter matado uma pessoa relevante naquele momento. Ao invés disso foi feito um grande mistério por puro marketing e audiência, que virou um verdadeiro papelão. O erro de Daryl, corrigiu o erro do roteiro da 6ª temporada – simples assim.

Apresentando problemas pontuais, The Walking Dead elevou o conceito de vilão e tensão nas séries de TV – onde ambos foram muito bem construídos. A surpresa ficou pela cena das mortes, não pelas escolhas. Não dava para esperar que as imagens mostrariam Negan batendo na cabeça de Abraham e Glenn, quanto menos sair arrastando um pedaço da cabeça do coreano pelo chão – apesar de tudo, foi uma violência inesperada e chocante. A crueldade do vilão se sobressaiu e o clima que já era pesado ficou perturbador. A pressão psicológica provada pelas frases de Negan, sejam elas mensagens diretas ou analogias, foram impactantes e memoráveis.

O plot do episódio ficou todo em função de Negan e a resolução do problema vivido pelos personagens. Assim como resolveram o que já deveriam ter resolvido, o roteiro também se preocupou em dar um rumo para os personagens depois do ocorrido. Maggie está agora a caminho de Hilltop com Sasha – o que é arriscado, mas depois do que eles passaram durante toda a noite sair andando até uma comunidade próxima não é nada. Rick e o resto dos sobreviventes voltaram para Alexandria e a pergunta é: pra que? Não que o grupo não devesse voltar, mas haverá uma tentativa de retalhação – como solicitou Magggie – ou Rick irá notificar os residentes do que aconteceu e frisar que agora eles trabalhar para o Negan? Tudo ficou muito complicado e vai ser muito interessante ver como que o Rick irá lidar com todas essas situações a partir de agora.

Nem tudo é memorável, mas é preciso reconhecer aquilo que é inesquecível e “The Day Will Come When You Won’t Be” está nesta lista de episódios memoráveis. É com brutalidade, violência, cenas perturbadoras, diálogos impressionantes e atuações primorosas que The Walking Dead começa a sua sétima temporada. Restando 15 episódios a serem exibidos, é difícil o roteiro segurar uma trama com toda essa força exibida na premiere de ontem (domingo, 23), mas é possível apresentar uma história sólido, envolvente e que não se sorte cansativa. A questão é saber como o andamento da história irá continuar e o que ainda veremos de Negan, Rick e os novos locais que ainda serão apresentados.

Walker¹: É tão difícil assim cortar a mão do Rick?

Walker²: Foi culpa do Daryl ou não? A pergunta é a resposta: sim e não. Daryl foi o meio conveniente que os roteiristas acharam de corrigir o erro da temporada passada, quando fizeram todo aquele mistério para dizer que o Glenn tinha ficado embaixo de uma lixeira. Com o erro do personagem – e de certa forma uma atitude heroica do Daryl em acabar com o sofrimento de Rosita e esboçar algum tipo de reação em frente a tirania de Negan -, os roteiristas puderam aliviar um pouco do peso que tinham em suas costas. Desta vez não houve falta de coragem para fazer o que fizeram. Mas lembrando, de fato quem matou o Glenn foi o Negan, não importa em provocou.

Avaliação

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