Sabe aquela produção que nos faz pensar: O que estamos fazendo na terra? Por que e para que vivemos? Qual é o nosso papel na sociedade? Basicamente, é disso que Westworld se trata sem precisar de muito esforço ou explicação. Desde o piloto a série mostrou grande potencial para substituir Game of Thrones, mas para ser justo o programa não merece ser rotulado como “a nova Game of Thrones“. Westworld é muito mais do que isso.
O roteiro de Michael Crichton (que escreveu o roteiro original do filme de 1973) depende diretamente da inteligência do espectador para entender seus propósitos. Inicialmente havia uma certa desconfiança de J.J Abrams, Jonathan Nolan e Lisa Joy, que conseguiriam combinar velho oeste com ficção científica perfeitamente. A reposta vem logo na abertura, onde vemos “anfitriões” sendo construídos e interligados por impressoras 3D. Aliás, como de costuma na HBO, a abertura é um espetáculo a parte e mistura belas imagens representativas da narrativa, com a trilha sonora perfeita que mistura acordes de violino e piano com a carga de dramaticidade imposta na série.
O visual compõe outra parte importante da série. As locações do parque, em si, e da administração do local mostram a perfeita harmonia entre o antigo, atual e a tecnologia visionária do futuro. Construções diferenciadas servem de base para questionamentos existenciais, motivados por descobertas e invasões ao desconhecido, levando a conclusões épicas e satisfatórias. Os efeitos especiais fazem honra ao dinheiro (US$ 100 milhões) e tempo investido, sendo melhores que muitos longas-metragens exibidos no cinema atualmente.
Dolores (Evan Rachel Wood) e Teddy (James Marsden) são o centro da história, suas narrativas são interligadas e repetidas dia após dia. Evan teve uma atuação digna a premiações e já foi logo correspondida levando duas categorias do Critic’ Choice Awards 2016 na categoria Melhor Atriz e Melhor Atriz Coadjuvante em série dramática – Evan Rachel Wood e Thandie Newton foram as vencedoras.
Entretanto, na metade temporada nascia um novo arco que mudou o foco de Westworld. No meio disso está Maeve, interpretada por Thandie Newton. A personagem descobre que é um robô e inicia uma busca incessante à sua liberdade. Nele, Thandie mostrou ser uma atriz versátil, sendo engraçada em certos momentos e dramática na maior parte – a atriz mereceu ganhar como Melhor Atriz Coadjuvante no Critic’ Choice Awards. Anthony Hopkins também está no seu melhor papel nessa fase da carreira. Ele entrega uma personalidade ímpar ao Dr. Ford, fazendo-nos contraria-lo na maior parte do tempo, mas amando seu personagem na conclusão da história.
Filosofia como base de roteiro não é novidade em séries TV, temos Black Mirror como um ótimo exemplo disso, mas em Westworld o tema tratado de forma explícita e realista, nos leva ao questionamento direto sem rodeios por meias histórias, concluindo de vez que Ficção Cientifica e Filosofia fazem uma combinação perfeita sim – fato já confirmado por 2001 – Uma Odisseia no Espaço de Stanley Kubrick.
A série tem previsão de cinco temporadas e no encerramento da primeira já temos ótimos ganchos para a próxima. Muitas teorias já fazem a cabeça do público explodir, mas os episódios inéditos chegarão apenas em 2018. Enquanto isso resta esperar.
Avaliação
[yasr_overall_rating size=”medium”]