Imagem: Arquivo Pessoal/ Rubens Oliveira
Imagem: Arquivo Pessoal/ Rubens Oliveira

O que aconteceria caso o Brasil tivesse sido colonizado pela Inglaterra? E se a escravidão nunca tivesse acontecido? Já imaginou o quão diferente seria a nossa realidade atualmente? Agents of S.H.I.E.L.D retorna após uma pausa de um mês trazendo exatamente esses questionamentos a tona e com um episódio de altíssima qualidade.

Como revelado no final do episódio anterior (leia a crítica), onde Daisy (Chloe Bennet) e Jemma (Elizabeth Henstridge) invadem o Framework para tentar parar os planos maléficos da super vilã AIDA, uma nova realidade foi criada, onde a Hydra consegue levar a melhor em cima da S.H.I.E.L.D e é um dos principais órgãos governamentais do mundo. O foco desta nova realidade é a repressão contra os Inumanos e as novas personalidades dos personagens principais da série, garantindo até o retorno do odiado Grant Ward.

É revitalizante esta ideia genial de explorar essa gama de possibilidades caso tudo tivesse acontecido diferente na história, e no caso, tudo começa lá no passado, quando a May (Ming-Na Wen) teve que matar uma Inumana durante uma operação da S.H.I.E.L.D e então ganhou o famoso nome de “A Cavalaria“. A série explorou muito bem esse ponto crucial da história da personagem para moldar este admirável mundo novo, podendo até citar o livro de mesmo nome (Admirável Mundo Novo) do escritor Aldous Huxley, onde a premissa apresenta uma sociedade autoritária/ditatorial.

Ponto positivo também para a coerência do roteiro, que não se deixou escapar os detalhes apresentados nos episódios anteriores e seguiu à risca tudo que foi proposto: O Framework é um mundo onde as pessoas não sentem dor. E é exatamente isso que foi mostrado, tirando os momentos mais sombrios da vida dos personagens principais, que no final acarretou nesta nova realidade.

O melhor no episódio, de fato, é conhecer esse novo mundo. Conhecer uma nova face de personagens, até então, conhecidos e desenvolvidos durante quatro temporadas. A atuação da Elizabeth Henstridge é muito convincente. Você consegue perceber todo o peso emocional em cima de sua personagem, Jemma, ao presenciar uma realidade onde tudo é o oposto do que deveria ser e os mocinhos estão levando a pior. E claro, que não poderia deixar de fora o odiadíssimo Grant Ward – mais conhecido como embuste que não morre – e o bom desempenho de Brett Dalton, quem dá vida ao personagem.

Imagem: Arquivo Pessoal/ Rubens Oliveira

Se você achou que veríamos mais do mesmo com a volta de Ward, meu amigo, você está enganado. É marcante como Grant Ward sempre revela uma nova face, tomando diferentes atitudes e se tornando imprevisível. Ward é com certeza um ótimo retorno, se encaixando na trama e não sendo somente um apelo para chamar a atenção do público.

Entre May, Coulson e Fitz, os dois últimos foram os que tiveram uma mudança mais radical. A May continua badass, só que desta vez realmente do lado sombrio da força. As novas realidades de Coulson (Clark Gregg) e Fitz (Iain De Caestecker) são impactantes, já que ferem todas as regras morais dos personagens que nos foram apresentados desde o começo da série. Mallory Jansen (AIDA) chegou a um novo nível de vilã, demonstrando total poder e controle sobre este novo mundo, reforçando inda mais a fragilidade e impotência de Daisy e Jemma nesta nova realidade.

Agents of S.H.I.E.L.D não decepcionou e entregou um episódio de excelente qualidade, com excelentes atuações, e o melhor, uma excelente história que ainda tem muito a mostrar e com certeza promete muitas surpresas.

Avaliação

[yasr_overall_rating size=”medium”] (Ótimo)