Destacar aquilo que a série, talvez, tenha de melhor: os personagens

Melissa McBride como Carol em The Walking Dead

Antes mesmo de apresentar episódios com histórias incríveis, surpreendentes e até mesmo impactantes, The Walking Dead sempre foi uma série dedicada aos seus personagens, dando desenvolvimento e profundidade a eles. “The King, The Widow and Rick” (“O Rei, A Viúva e Rick“) confirma isso, e mais, deixa claro a jornada emocional por trás de toda essa guerra.

Enquanto os primeiros episódios trabalhavam o conflito físico dos personagens durante o primeiro dia de guerra, os outros começaram a apresentar algumas pequenas consequências e escolhas que esses personagens precisavam tomar em determinadas situações. Na semana passada, “The Big Scary U” dedicou-se a mostrar um ponto de vista diferente dentro da guerra – sem deturbar a imagem de quem são os mocinhos e os vilões. Agora, “The King, The Widow and Rick“, enfim, mostrou as consequências diretas do primeiro embate contra os Salvadores – as cenas com narrações em off das cartas enviadas por Rick (Andrew Lincoln), Carol (Melissa McBride) e Maggie (Lauren Cohan), por exemplo, expõem isso, falando das perdas que cada lado da aliança teve, além de adicionar peso a essa jornada emocional iniciada junto com a temporada.

O sexto episódio não abre espaço apenas para adicionar peso aos protagonistas, mas foca também em alguns dos coadjuvantes. Carl (Chandler Riggs), por exemplo, que estava sumido neste início de temporada, retorna em um ato admirável, indo atrás do rapaz que Rick espantou a tiros semanas atrás. É interessante ver pela ótica de que enquanto alguns lutam para tornar esse novo mundo um lugar melhor, outros já fazem dele esse “lugar melhor” – além de demonstrar a maturidade que Carl adquiriu nas últimas temporadas.

Durante o episódio, além de acrescentar todo esse simbolismo particular de cada personagem, The Walking Dead conseguiu ser minimamente eficiente ao fazer o plot da sua temporada continuar andando, mesmo que devagar. O episódio, claramente, é uma pequena transição que finaliza o primeiro dia de confronto contra os Salvadores, e ainda consegue dar início aos momentos decisivos que ocorrerão nas próximas duas semanas, ou, nos últimos dois episódios de 2017.

Andrew Lincoln como Rick em The Walking DeadAlém disso, um dos fortes de The Walking Dead sempre foi elevar os níveis de tesão, sejam em detrimento da história ou do entretenimento, para garantir os olhos do público fixos na TV. Em “The King, The Widow and Rick” a tensão funcionou das duas maneiras, ambas bastante eficientes. Na primeira, presenciamos Rick dando um ultimato no grupo do lixão, mostrando o quão determinado está para acabar com Negan (Jeffrey Dean Morgan) e os Salvadores – mas ainda acabou em uma situação nada confortável. Enquanto isso, o lado do entretenimento mostrou Michone (Danai Gurira) e Rosita (Christian Serratos) em um embate eletrizante contra dois Salvadores, onde um deles acabou sendo explodido.

Reforçando ainda mais o peso dramático e a jornada emocional dessa temporada, Carol e Ezekiel (Khary Payton) protagonizaram um dos melhores diálogos da temporada, onde ela demonstrou quem realmente é, além de frisar a necessidade de se manter em pé no mundo em que vivem. Ezekiel, no entanto, sofre com o luto de Shiva. O personagem inicia um arco de redenção dentro da série, e também de descobrimento, pois precisará provar que tem forças para continuar sem a tigresa como símbolo da sua força.

The King, The Widow and Rick” foi um bom episódio para The Walking Dead, mesmo não sendo de suma importância dentro do desenvolvimento central da temporada, o mesmo consegue destacar aquilo que a série, talvez, tenha de melhor, os seus personagens. Juntando alguns bons momentos, uns mais tensos, outros mais emocionais, The Walking Dead começou a preparar o campo para os momentos finais da sua temporada antes do hiato. A Guerra Total já começou e tudo está em aberto.

Avaliação

[yasr_overall_rating size=”medium”] (Bom)