Divulgação/Netflix

Everything Sucks! nada mais é do que uma ode a década de 1990. Muito do que é visto aqui já apareceu em outro lugar, mas ao longo dos seus 10 episódios, a série faz com que toda essa homenagem não seja gratuita.

Nos últimos anos a década de 1980 tem sido a referência de muitos sucessos da cultura pop, com Stranger Things e It – A Coisa sendo as melhores consequências disso. No caso de Everything Sucks!, que é situada em 1996, esse passado não está tão distante, e essa época foi responsável por influenciar muito do que se viu nos anos 2000 – American Pie (1999), por exemplo, é uma grande filha dos anos 90 e levou essa essência adiante no início dos anos 2000. O desafio principal de Everything Sucks!, então, era subverter o que hoje é considerado como clichê em saudosismo.

Acompanhando um trio de garotos ingressando no colegial, a série não embarca em armadilhas que não justificariam as  suas intenções. O drama adolescente old school traz uma história leve que consegue dialogar com os nascidos na década de 90, ao mesmo tempo em que abraça o grande público. O mais bacana disso tudo é a personalidade que o seriado consegue criar em meio as suas referências – Freaks and Geeks sendo a maior delas – que fazem o programa, mesmo sendo fruto de uma década, ter ainda uma voz própria.

Dentro disso, Everything Sucks! dá aos seus personagens dilemas e profundidade que tornam sua história mais envolvente e prazerosa de assistir. Luke O’Neil (Jahi Di’Allo Winston), o protagonista, por exemplo, precisa lidar com as dores do primeiro amor juvenil, a ausência do pai e as adversidades do colegial. Junto com ele, está a jovem Kate Messner (Peyton Kennedy), o grande destaque da temporada. A personagem, além de lidar com a solidão de ser a filha “estranha” do diretor do colégio, embarca em uma linda jornada de descoberta da sua sexualidade, trazendo, ainda, os pontos mais altos da primeira temporada de Everything Sucks!.

Divulgação/Netflix

Apesar de ser um drama rápido, com 10 episódios de 20 minutos (mais ou menos), Everything Sucks! se dedica tanto ao entretenimento e lazer do espectador como também traz camadas que vão além disso. Depois de dar muita atenção ao desenvolvimento da jovem Kate, a série permite que outros personagens cresçam, dando a eles rápidos dilemas e uma divertida profundidade – além de um novo fôlego para a narrativa envolvente do programa.

Com uma ambientação impecável da década de 90 – regada a Oasis, Tori Amos, Cicero, Spin Doctors, Monica, The OffSrping, entre outras bandas e músicos que marcaram a época -, Everything Sucks! faz com que a sua nostalgia funcione não só pelo sentimento de saudade, mas por fazer que isso também serva para a história. Cheia de personagens divertidos, cativantes e até mesmo encantadores, Everything Sucks! é competente como distração e também como uma história repleta de bons momentos.

 

Avaliação
Avaliação: Bom
7.0
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Sou jornalista, fundador e editor da Matinê Cine&TV. Escrevo sobre cinema e séries desde 2014. No jornalismo tenho apreço pelo cultural e literário, além de estudar e trabalhar com podcasts. Além dos filmes e séries, também gosto de sociedade e direitos humanos.